Início Eleições 2012 Fim da impunidade: prisão de mensaleiros reacende debate sobre perda automática de...

Fim da impunidade: prisão de mensaleiros reacende debate sobre perda automática de mandato

Parlamentares do PSDB avaliam que a prisão de condenados pela Justiça por envolvimento no mensalão surge como uma esperança para o fim da impunidade no país. Deputados encaram a execução das penas como a resposta aos anseios da população: ver atrás das grades aqueles que surrupiaram os cofres públicos. Por outro lado, os tucanos chamam atenção para o risco de políticos presos terem os mandatos mantidos. Eles cobram a perda automática do cargo em casos como o do petista José Genoino (PT-SP), detido no final de semana.

Para o líder do partido na Câmara, deputado Carlos Sampaio (SP), a prisão dos mensaleiros “é uma resposta bem dada àqueles que duvidaram da justiça e apostaram que o processo do mensalão viraria pizza”. Segundo ele, a detenção dos condenados no dia em que se comemora a proclamação da República foi simbólica. “Afinal, foram presos aqueles que se uniram numa quadrilha para comprar votos, malversar o dinheiro público e afrontar os mais elementares princípios da nossa República”, disse.

O deputado afirmou em suas redes sociais que continuará na luta pela perda automática do mandato de parlamentares presos. “Não podemos permitir que se repita o vergonhoso episódio em que a Câmara, sob o manto do voto secreto, deixou de cassar um deputado sabidamente criminoso”, afirmou, ao lembrar que em agosto a Câmara votou pela manutenção do mandato do deputado Natan Donadon, preso na Papuda.

Sampaio tem uma reunião na quarta-feira (20) com o ministro do STF Luís Roberto Barros para defender a necessidade de o Supremo apreciar rapidamente o mandado de segurança impetrado por ele e cuja liminar, para suspender a votação da Câmara que manteve o mandato de Natan Donadon, foi concedida em setembro por Barroso.

Para Antonio Imbassahy (BA), a prisão dos mensaleiros tem a aprovação da maioria esmagadora da população. Segundo ele, o tribunal julgou o caso com absoluta isenção. “Colocar na cadeia lideranças do PT, banqueiros, empresários e pessoas de grande influência é um sinal claro de que a impunidade pode estar acabando no Brasil. Significa um passo importante para nossa democracia”, afirmou.

O tucano também defendeu a perda automática de mandato. “Se os deputados foram condenados pela mais alta corte do país, não há como manter os direitos políticos. O que não pode é ter pessoas exercendo o cargo de deputado federal na cadeia”, disse.

Com as prisões do fim de semana, o deputado licenciado José Genoino entrou nessa esdrúxula situação de político e presidiário. Ele está entre os 12 mensaleiros que tiveram as prisões decretadas pela Justiça federal. Nesta segunda-feira (18), outros sete mandados de prisão devem ser expedidos pelo Supremo. Entre eles, os dos deputados Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT). “É vergonhoso ser preso depois de condenado pela Justiça e o regimento da Câmara permitir que permaneçam no mandato”, criticou Raimundo Gomes de Matos (CE).

O tucano afirma que o país precisa ser passado a limpo. “No momento dessas decisões, recuperamos nossa credibilidade e a classe política também ganha porque o Brasil estava sendo considerado o país da impunidade”, destaca. Pelo Twitter, o 1º secretário da Câmara, deputado Marcio Bittar (AC), disse que “a condenação e prisão dos envolvidos no mensalão é um remédio, amargo para alguns, e uma imensa esperança para o país de que a lei é para todos”. Já o 1º vice-líder do PSDB, deputado João Campos (GO), afirmou que o Brasil está mudando. “Aqui, lugar de corrupto é na cadeia”, disse.

Além de Genoino, foram presos o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu; o operador do esquema, Marcos Valério; o ex-dirigente do Banco Rural, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares; o ex-tesoureiro do PL (atual PR) Jacinto Lamas; José Roberto Salgado; a ex-presidente do Banco Rural, Katia Rabelo; o ex-deputado pelo PTB, Romeu Queiroz; os ex-sócios de Valério, Ramon Rollerbach e Cristiano Paz; e a ex-funcionária dele Simone Vasconcelos. O ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato está foragido na Itália.

Do Portal do PSDB Nacional

Artigo anteriorAs mágicas eleitorais de Dilma
Próximo artigoPara ministro do STF, Lula sabia do mensalão