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Tucanas cobram maior espaço feminino em cargos públicos

A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou nesta quinta-feira (16) dados que revelam a baixa representatividade das mulheres no Poder Executivo brasileiro em comparação com outros países do mundo. O Brasil ocupa a 167.ª posição entre os 186 governos avaliados pela instituição, ganhando apenas do Paquistão, Arábia Saudita e do Tonga.

A presidente nacional do PSDB-Mulher, Solange Jurema, demonstrou preocupação com o resultado da pesquisa e afirmou que faltam oportunidades para representantes do sexo feminino dentro das próprias siglas partidárias.

“Isso demonstra que, hoje, os cargos do Executivo brasileiro são distribuídos politicamente. Não se leva em consideração competência nem capacidade técnica, porque se fosse por meritocracia, nós iriamos ver mais mulheres nos cargos de decisão”, disse.

A tucana afirmou que os dados negativos devem ser amplamente divulgados para que os cidadãos do Brasil tenham noção do tamanho do preconceito que ainda existe para a contratação de mulheres em cargos de confiança do governo. “Os dados publicados hoje mostram um quadro evidente de discriminação. O Brasil ainda é muito machista quando subestima a capacidade feminina”, lamentou.

A deputada federal Geovânia de Sá (PSDB-SC) destacou a falta de espaço feminino dentro dos partidos e a ausência de políticas públicas voltadas para a independência das mulheres – o que é uma das causas da baixa participação feminina na política.

“Não tenho dúvidas de que o nosso país está entre os mais machistas do mundo. As mulheres brasileiras acabam indo para o mercado de trabalho e enfrentando jornadas duplas e triplas. Com a sobrecarga, acabam que não conseguem participar. É preciso esforço em querer fazer parte e essa participação começa na sociedade, dentro do bairro que ela mora, nas entidades e associações”, explicou.

Geovânia ressaltou que, quando as mulheres conseguem vencer a barreira do cotidiano e alcançam os espaços de poder, elas são munidas de um empoderamento capaz de fazer a diferença inclusive no Executivo.

“As mulheres ainda não entenderam os cargos que podem ocupar e o que podem fazer pelo nosso país. É por isso que a gente anda por vários estados conscientizando e incentivando as mulheres a participarem da política”, destacou.

Dados alarmantes

A presidente estadual do PSDB da Paraíba, Iraê Lucena, considerou os números divulgados pela ONU uma “vergonha para o Brasil” e acredita que houve um retrocesso na paridade ente os gêneros de uns anos para cá. Segundo ela, para modificar o quadro ruim é preciso um esforço maior das mulheres que já estão em cargos relevantes da política.

“As mulheres que têm mandato devem repercutir ao máximo esses números para que todos vejam a realidade. Nós temos que gritar. Mostrar a desigualdade que está acontecendo no Brasil perante os outros países. Mostrar o retrocesso e começar a cobrar as reformas que prestigiem as mulheres”, concluiu.

De acordo com a ONU, França, Canadá, Suécia, Bulgária e Eslovênia aparecem no levantamento com mais de 50% de seus ministérios ocupados por mulheres. Na América Latina, o Peru e o Uruguai estão com mais de 35% dos postos ocupados por representantes do sexo feminino.

No Brasil, são apenas 10% de mulheres no Congresso Nacional e 14% no Senado. O número coloca o país na 154.ª posição no ranking, ao lado de Mianmar e Burkina Fasso. Neste quesito, o Brasil também é o país latino-americano com a menor representação de mulheres em seu parlamento.

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