O Diretório Estadual do PSDB em São Paulo ingressou com uma representação na Procuradoria Geral de Justiça solicitando a apuração da procedência do documento apócrifo anexado ao inquérito da Polícia Federal que investiga a possível formação de cartel entre empresas do setor metroviário.
O PSDB paulista pede que o MP apure o autor das denúncias, a responsabilidade pelo vazamento do documento, as diversas versões apresentadas sobre sua procedência, os beneficiados pelas informações e a veracidade dos fatos relatados e a responsabilidade das pessoas apontadas na carta. O partido quer saber ainda como um documento anexado a um processo sigiloso foi vazado para os veículos de comunicação.
“São todos fatos muito graves que merecem respostas. A forma como esse documento apócrifo foi utilizado, a procedência do material e a veracidade do relato têm de ser investigados”, afirmou o presidente do Diretório Estadual do PSDB-SP, deputado federal Duarte Nogueira.
O documento em questão, aparentemente uma carta, descrevia a atuação do cartel, apontava proximidade de lideranças políticas aos envolvidos no caso e um acordo entre o autor da carta e o “partido” para resistir à pressão das empresas. O autor pede ainda, em troca das denúncias, um cargo na Vale.
O documento foi publicado pelo jornal O Estado de São Paulo na semana passada. A reportagem informava que o documento era proveniente do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e tinha como autor Everton Rheinheimer, ex-diretor da Siemens. Em nota, ele negou a autoria da carta e as informações divulgadas.
Dias após o vazamento do documento, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, assumiu ter enviado o documento à PF, apesar do protocolo do processo indicar que o mesmo teria vindo do Cade. Segundo o ministro, as páginas anexadas ao processo foram entregues a ele pelo deputado licenciado e secretário de Obras da Prefeitura de São Paulo, Simão Pedro.


