Brasília – A dois meses do fim do prazo estabelecido para a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, o PSDB prepara um relatório paralelo ao do relator, deputado Odair Cunha (PT-MG).
A iniciativa tem como objetivo pressionar o relator a ampliar o foco da CPMI e investigar as empresas fantasmas que receberam repasses suspeitos da construtora Delta, acusada de ser o braço financeiro do suposto esquema criminoso de Carlinhos Cachoeira.
De acordo com as análises já feitas pelo PSDB, que vão embasar o relatório a ser apresentado pelo partido, a Delta movimentou pelo menos R$ 40 bilhões nos últimos dez anos. Pelo menos R$ 413 milhões seriam frutos de desvio de dinheiro público, que passava por empresas fantasmas e era usado para pagamento de propinas e financiamento de campanhas, entre outros crimes.
O senador Alvaro Dias (PR), líder do PSDB no Senado, explica que a decisão de fazer um relatório paralelo foi tomada porque a bancada avalia que há orientação política na condução dos trabalhos da CPMI, “que quer limitar as investigações ao estado de Goiás”.
“Nós estamos tendo dificuldade de aprofundar a investigação naquilo que é essencial: o desvio de dinheiro público. E sentimos que há uma orientação política que tem como objetivo evitar dar abrangência às investigações”, disse o senador.
O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) afirmou que, se houver uma mudança de postura da direção da CPMI, seu partido poderá até apoiar o relatório oficial da comissão, suspendendo o relatório paralelo. “Ele só vai existir se o relator mantiver essa postura de direcionar as investigações, por exemplo, deixando de apreciar o braço financeiro que alimentou todos os agentes políticos corrompidos pelo esquema do Cachoeira. Segundo os procuradores que estiveram aqui na Câmara, a única forma de acabarmos definitivamente com a atuação do esquema é desarticular a parte financeira”, afirmou Sampaio.
Do PSDB Nacional