O presidente do Núcleo Sindical do PSDB, Antonio Ramalho, avaliou que a atual crise da indústria nacional se deve à inabilidade do governo Dilma em resolver os problemas do país.
As críticas dizem respeito à declaração do secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Alessandro Teixeira, que admitiu que o Brasil não conseguirá atingir a meta de exportações para 2012. O índice, inicialmente previsto em 264 bilhões de dólares, está 100 bilhões abaixo do previsto. Como justificativa, o governo federal responsabilizou as greves dos órgãos que interferem no comércio exterior e a crise econômica internacional, que cria adversidades no mercado brasileiro.
Para Ramalho, o governo está tentando transferir as responsabilidades de sua má gestão. “Dizer que as exportações caíram por conta da greve não faz sentido. Se a greve atrapalhou e tem atrapalhado, é porque faltou diálogo entre instituições e governo”, afirmou. “Falta habilidade do governo, para negociar com o funcionário público e centrais sindicais. A presidente Dilma não tem tolerância para provar do veneno que agitava desde a época das revoluções. Ela é intolerante e impaciente para negociar com situações de democracia”.
Segundo o presidente do Núcleo Sindical, problemas como a desindustrialização e a crise na construção civil existem porque o governo se acomodou e deixou de investir em qualificação e tecnologia. “A solução para resolver esses problemas é estimular o debate, como defendiam Franco Montoro e Mário Covas na fundação do nosso partido”, declarou.
Crise internacional
De acordo com Antonio Ramalho, a crise econômica é um fator que pode minar as relações comerciais brasileiras, e a grande responsabilidade em gerenciá-la é do governo federal. “A crise internacional tem prejudicado um pouco, mas não adianta tapar o sol com a peneira e desviar a atenção. É muito fácil jogar a culpa nos outros. Essa questão também é culpa da ineficiência e inabilidade do governo”, afirmou. “Achar que a ‘marolinha’ ia chegar no país e não afetar em nada é achar que tem milagre, e milagre não existe. É hora de começarmos a assumir a responsabilidade. Só o Guido Mantega não sabia que a crise vinha?”, ironizou.
Para o sindicalista, a resposta para melhorar os índices econômicos do país é discutir a situação com instituições trabalhistas, centrais de trabalhadores e órgãos como a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). “Não podemos deixar outros países resolverem os problemas do Brasil. É preciso criar alertas para as coisas serem feitas na hora. Achar um culpado depois que o país já está quebrado não adianta”, pontuou.
