Prometer uma coisa na oposição e fazer outra no governo. Por exemplo, “defender” a desoneração dos impostos da cesta básica – quando na oposição – e mantê-los – quando no governo.
Essa prática tem sido corriqueira nas administrações Lula e Dilma. Os exemplos têm sido fartos.
No final de década de 90, Lula e o PT apoiaram, sem hesitações, os motins promovidos pela Polícia Militar de vários estados. A alegação era a de que soldados e praças lutavam por melhores salários.
No início deste ano, essa luta transformou-se em baderna quando atingiu o governo petista da Bahia e administrações estaduais de aliados do PT.
Constrangido, o ex-presidente nacional do PT e, então, assessor do Ministério da Defesa, José Genoíno teve que admitir que “greve armada não é greve” e que o partido estava “revendo” algumas bandeiras.
E acrescentou candidamente: “É que a paisagem da janela que se vê da oposição é diferente da paisagem que se vê quando se está no governo”.
Também no início do ano, quem tratou de mudar rapidamente de janela e de paisagem foi a nova ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci.
Depois de defender o aborto em longas entrevistas, foi advertida pelo Planalto. Mudou de opinião, advertindo que sua posição sobre o aborto seria, a partir dali, a oficial e que a questão havia sido tratada pelo governo num projeto de 2005 e encaminhado ao Congresso. Nunca mais se soube dele.
Em 2007, o PT levou ao paroxismo essa política de negar hoje o que defendeu ontem. Foram os petistas que derrubaram numa comissão da Câmara projeto que anulava a privatização da Vale do Rio Doce.
Um dos motivos para isso foi o súbito aumento da arrecadação de impostos pela Vale. Os lucros da antiga estatal haviam passado de US$ 500 milhões, em 1996, para US$ 12 bilhões, em 2006.
Do PSDB Nacional