O governador Mário Covas (1930-2001) vai virar nome de assentamento rural em São Paulo. Homenagem mais do que justa. Nenhum outro chefe de executivo, na história recente do Estado, deu mais atenção à reforma agrária do que ele.
Em termos de áreas devolutas destinadas a assentamentos, é enorme a diferença entre Covas e os outros políticos que ocuparam o Palácio dos Bandeirantes desde o início da redemocratização, com a eleição de Franco Montoro (PMDB) pelo voto direto, em 1982.
No primeiro mandato como governador, nos anos de 1995 a 1998, o tucano Covas destinou 95,5 mil hectares de terras para a reforma agrária no Estado. Eles foram ocupados por 77 assentamentos rurais, a maioria na conflituosa região do Pontal do Paranapanema, no extremo oeste do Estado.
No segundo mandato, que só pôde cumprir até a metade, sendo substituído por Geraldo Alckmin (PSDB), outros 31,6 mil hectares acabaram destinados a assentamentos. Entre os governadores do período, o que se mais aproximou dos índices obtidos por Covas (e mesmo assim ficou a anos luz de distância) foi Orestes Quércia (PMDB).
Roldão Arruda


