Muito se irá escrever no dia de hoje, comemorativo ao Dia do Professor em todo o Brasil. É uma justíssima homenagem àquelas e àqueles que dedicam a vida pessoal e profissional num dos mais nobres gestos humanos, que é o de educar um ser.
Relembro com mais força nesse dia aquelas professoras e professores que, junto com meus pais, me ajudaram a entender o mundo. Me ensinaram a ler, a escrever e a entender que convivemos com outras pessoas, naquela época com outras meninas e meninos, com quem era obrigada a dividir as atenções da maestrina e os brinquedos da escola.
A homenagem se torna ainda mais necessária quando sabemos que no Brasil o professor ainda é muito mal remunerado, com salários baixos e péssimas condições de trabalho, especialmente em escolas e universidades públicas.
No Brasil, são quase dois milhões de professores que se dedicam ao ensino básico, da educação infantil até o ensino médio, responsáveis por educar mais de 52 milhões de alunos.
As mulheres são 81,5% dos docentes da educação básica do Brasil, sendo que 58% do total têm até 40 anos e são obrigados a trabalhar em mais de uma escola para aumentar sua renda mensal. A grandeza desse números mostra a importância vital que esse segmento tem para a nação, embora não sejam devidamente reconhecido pelo Governo Federal.
Estudo recente da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Tecnologia (Unesco) situa o Brasil como o terceiro mais baixo salário médio do professor em início de carreira em um total de 38 países desenvolvidos ou em desenvolvimento – nosso país ficou à frente apenas do Peru e da Indonésia.
No Brasil, o salário anual médio é de US$ 4.818, bem abaixo da média dos países desenvolvidos, que ultrapassa US$ 30 mil – na América do Sul. Pagamos menos da metade do que nossos “hermanos” argentinos uruguaios (US$ 9.857 e US$ 9.842), respectivamente.
Outro estudo da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) aponta que o país – a sexta economia mundial – é o último nos rankings internacionais de Educação em investimento nesse setor fundamental para a formação de uma verdadeira nação.
Países avançados economicamente, como os Estados Unidos, por exemplo, gastam em média anualmente mais de US$ 100 mil por aluno; o Brasil gasta somente US$ 18 mil, nos nove anos do ensino básico. Além de gastarmos pouco, gastamos mal, num sistema ineficiente e ineficaz.
Talvez esse verdadeiro quadro negro justifique que a cada ano diminua o número de professores e sua participação na mão de obra brasileira – segundo a RAIS, do Ministério do Trabalho, em 2003 eles representavam 8,1% total dos trabalhadores brasileiros, caindo para 6,7% no ano passado.
Todas essas informações e esse quadro realçam o papel e a importância do professor no Brasil, em sua luta cotidiana para formar crianças.
Meus parabéns e meu muito obrigada por vocês não desistirem nunca, de não abrirem mão de todo dia receberem esses pequenos seres e lhes ensinar o que vocês têm de melhor: a dedicação missionária da educação.