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Perto de completar 2º ano de mandato, Dilma caminha para fiasco como gerente

Dilma Rousseff caminha para concluir seu segundo ano de mandato sem passar nem perto de cumprir o principal objetivo a que se comprometeu quando eleita: dar uma gestão mais eficiente a país. “Seu fiasco se mede num crescimento econômico medíocre e numa máquina pública permanentemente emperrada”, analisa a Carta de Formulação e Mobilização Política desta segunda-feira (12). Como mostra o documento editado pelo Instituto Teotonio Vilela, até Tiririca aprendeu a ser deputado, mas a presidente da República está longe de se tornar a boa gerente que se apregoava. “Pior do que está fica”, aponta o ITV. Confira a íntegra abaixo:

A presidente Dilma Rousseff caminha para concluir seu segundo ano de mandato sem passar nem perto de cumprir o principal objetivo a que se comprometeu quando eleita: dar uma gestão mais eficiente a país. Seu fiasco se mede num crescimento econômico medíocre e numa máquina pública permanentemente emperrada.

O Brasil fechará este ano protagonizando o papel de país com a segunda menor expansão do PIB na América Latina, superando apenas o crítico Paraguai. Resta claro que nossos problemas vão muito além da desaceleração global que afeta a todos. Se crescemos menos que os demais, é porque temos nossas próprias deficiências.

Tanto o Palácio do Planalto quanto o Ministério da Fazenda gostam de repetir que as dificuldades devem-se a fatores externos. Mas o maior preço que o país paga hoje é por desastradas decisões internas – como as que simplesmente travam os investimentos no setor de energia – e pela já quase anedótica incapacidade do governo de bem gerir o dinheiro do contribuinte.

A realidade é que a gestão petista – seja a atual, seja a anterior – não exibe a menor competência para investir os recursos que retira da sociedade na forma de impostos. O PT é bom de saliva e de gasto supérfluo, mas péssimo de investimento, incapaz de plantar as sementes que florescerão no amanhã.

No segundo ano da gestão Dilma e no décimo da administração petista, a execução orçamentária continua baixíssima. A despeito de o país depender cada vez mais da melhoria das condições de infraestrutura e logística, o governo não consegue realizar os investimentos públicos e, para piorar, ainda atrapalha o empreendedor privado.

Dos R$ 102,3 bilhões disponíveis no Orçamento Geral da União para investimentos neste ano, somente 44% foram aplicados até setembro, ou seja, R$ 45 bilhões, segundo O Globo. É assustador, mas o que já era ruim ficou pior: o valor aplicado neste ano é proporcionalmente menor do que em 2011, quando nesta altura do ano estávamos em 47%.

Do valor investido até setembro, a maior parte – R$ 30 bilhões – refere-se a restos a pagar, despesas de anos anteriores que estão sendo agora quitadas. Ou seja, do montante efetivamente reservado para 2012, a gestão Dilma só conseguiu gastar cerca de R$ 15 bilhões, ou 14,5% do aprovado pelo Congresso.

Ministérios como o da Integração Nacional e o de Transportes só executaram um terço do Orçamento, o que ajuda a explicar o fracasso das ações de enfrentamento à seca no Nordeste e a penúria da nossa infraestrutura. Os resultados seriam bem piores não fosse o cômputo dos subsídios do Minha Casa, Minha Vida como investimentos.

Saltam daí pelo menos duas conclusões. A primeira é que, de fato, os governos do PT não sabem transformar em realidade as prioridades expressas no papel. A segunda é que o governo atual não consegue sequer ter suas próprias prioridades, já que vive de honrar compromissos anteriormente assumidos. “Não tendo até agora encaixado uma bola, ela [Dilma] corre risco de ficar carimbada como a presidente que não produz e não deixa produzir”, analisa Melchiades Filho na Folha de S.Paulo.

Há, atualmente, uma sensação geral de desalento com o futuro próximo do Brasil. Depois do pau na máquina que Lula deu na economia em 2010 para embalar o país num clima de falsa euforia e forjar um ambiente favorável para a eleição de sua sucessora, o ritmo geral em voga atualmente é decadente. O ambiente de negócios no Brasil não está favorável.

Na média, a gestão Dilma terminará seus três primeiros anos com crescimento de 2,4%, estima José Roberto Mendonça de Barros em entrevista a’O Estado de S.Paulo. Especialista em analisar o lado real da economia, ele vê a mão peluda do Estado se metendo onde não deve e atrapalhando quem quer produzir e investir.

“O desmonte do investimento é o que mais me preocupa, porque o investimento de hoje é o crescimento da economia amanhã. (…) É o avião que fica parado na pista, os 65 apagões, a falta de gasolina que começa a pipocar e vai piorar, a queda na qualidade da telefonia. No curto prazo, tudo gera perda de eficiência na economia e reduz investimentos”, resume ele.

Na outra ponta, de janeiro a setembro a torneira das despesas de custeio jorra dinheiro: elas cresceram 8,1% acima da expansão nominal do PIB em comparação com igual período do ano passado, segundo dados divulgados pelo Tesouro Nacional.

Diante de um cenário tão negativo, cabe questionar: onde está a “capacidade de planejamento” que a presidente da República tanto alardeia possuir? Cadê a gestora eficiente que ao longo de anos foi vendida pelo marketing petista ao Brasil? A constatação imediata é de que até Tiririca aprendeu a ser deputado, mas Dilma Rousseff está longe de se tornar a boa gerente que se apregoava. Pior do que está fica.

Fonte: ITV

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