A crítica é do deputado Walter Feldman (SP). Estudo do economista Claudio Frischtak, da Inter.B Consultoria, mostra que o setor deverá receber neste ano aportes de apenas 1,96% do Produto Interno Bruto (PIB) – ou R$ 86,8 bilhões. Será o pior desempenho desde o início do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a primeira vez, desde 2007, que o país romperá o piso de 2%. Além disso, o país registrará o segundo ano seguido de PIBinho. A informação é da “Agência Estado”.
Se o governo desenvolvesse um bom trabalho, resolveria parte dos problemas. No entanto, o PT não tem um planejamento estratégico para reduzir os gargalos, segundo o parlamentar. Gerenciamento permanente, alocação dos recursos e acompanhamento dos projetos, na opinião de Feldman, ajudariam a reduzir os problemas no setor.
O levantamento destacou que as limitações se concentram na esfera pública, que não consegue sustentar o arranque da infraestrutura. De 2010, auge dos aportes nas obras do PAC, a 2012, houve um recuo de 0,5% do PIB na fatia de investimento público destinada a setores como energia elétrica, telecomunicações, rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, metrô, hidrovias e saneamento. Ouça aqui.
Feldman lembrou que Fernando Henrique Cardoso foi o primeiro presidente a introduzir o “gerente do projeto”. Segundo informou, o gerente acompanhava passo a passo todo o processo e sinalizava a luz verde quando um projeto cumpria o cronograma. “Não consigo nem imaginar o PT realizando esse acompanhamento, essa supervisão permanente e um detalhamento das dificuldades que um projeto eventualmente apresenta no começo”, disse.
Na visão do deputado, o governo petista é incapaz de gerenciar um grande projeto, e, muito menos, um combate às deficiências em infraestrutura. “Mais uma vez mostra a incapacidade do PT em gerenciar atividades públicas no país. E isso seria fundamental para dar um salto na nossa economia”, ressaltou. Feldman lamenta: infelizmente o Partido dos Trabalhadores tem dificuldade em tomar decisões. “Falta vontade política e gestão. Enquanto isso, o Brasil continua patinando.”
Nessa segunda-feira (8), o Fundo Monetário Internacional (FMI) projetou expansão de apenas 1,5% para a economia brasileira em 2012, em mais um sinal de que a “piada” do ministro Guido Mantega virou realidade. Investimentos mais robustos poderiam ajudar a melhorar o desempenho da economia. O número anunciado é muito aquém do que o país precisa.
Aportes em queda
→ Após crescer entre 2007 e 2010, o total aportado pelo governo federal em infraestrutura entrou em queda no ano passado. A previsão é que ele recue novamente este ano, com a participação saindo de 16,2% para 11% do investimento total no setor. O montante será de R$ 9,6 bilhões em 2012, ante R$ 13,8 bilhões em 2011.
→ Somando os dados do governo federal aos de empresas públicas, chega-se a menos da metade (47,5%) dos recursos destinados à área no país este ano, revertendo a situação registrada em 2011 e 2010.
→ O economista calcula que o Brasil teria de investir R$ 2,5 trilhões adicionais nos próximos 25 anos para dobrar o nível de investimentos dos cerca de 2% atuais para 4% do PIB, porcentual considerado mínimo para modernizar a infraestrutura brasileira. Na ponta do lápis, seriam mais R$ 100 bilhões anualmente – tendo como base o total de R$ 85 bilhões investidos no ano passado.
→ No cenário apresentado pelo FMI, o desempenho brasileiro é inferior ao de outros países sul-americanos, como Chile (5%), Colômbia (4,3%), Peru (6%) e Equador (4%). Esses países também cresceram mais que o Brasil em 2011 e devem manter bom ritmo de expansão em 2013, exceto se houver piora considerável no mercado global de commodities.
Do PSDB na Câmara