“Problemas de gestão no governo têm sido a causa de os projetos não saírem do papel”, afirmou a senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) no plenário do Senado, na última quarta-feira (14/11). A declaração foi feita quando a parlamentar reforçou que o governo tem demonstrado muitas dificuldades na execução de projetos, como os do setor de transporte.
Ao afirmar que o Brasil precisa ter uma malha ferroviária capaz de, ao mesmo tempo, “atender às necessidades de transporte de passageiros e ser um corredor sustentável e mais barato de escoamento da produção”, Lúcia Vânia destacou a série especial sobre as ferrovias brasileiras que o Bom Dia Brasil, da TV Globo, terminou de exibir nesta semana.
A parlamentar goiana lembrou que a primeira reportagem da série denunciou “estradas de ferro sucateadas com velhas estações entregues ao abandono”, e ressaltou que o estado das ferrovias brasileiras tem sido discutido “incansavelmente” pela Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI), da qual é presidente. Falou que as ferrovias nacionais têm atraído a atenção até da mídia internacional, numa referência a uma matéria da InfraLatinAmerica, publicação do grupo do jornal britânico Financial Times, que repercutiu o assunto recentemente.
Baixo investimento
Lúcia Vânia falou que o Executivo deve fechar o ano de 2012 com um dos piores desempenhos em execuções orçamentárias do setor de transportes nos últimos tempos. Citando que o investimento brasileiro em Infraestrutura é muito baixo – algo em torno de apenas 2 % do Produto Interno Bruto – a senadora destacou que a injeção de recursos no segmento de transportes, “além de ser muito pequeno, ainda é mal distribuído”.
De acordo com a presidente da CI, o maior volume de verbas é direcionado para rodovias. Em segundo plano ficam os transportes ferroviário e aquaviário, “os mais estratégicos para países com grandes dimensões territoriais como é o caso do Brasil”. A parlamentar lamentou o fato de o Governo não sinalizar planejamento de interligação entre os modais de transporte. “É preciso investir no setor e articular rodovias, ferrovias, aerovias e hidrovias, estabelecendo, assim, uma logística de transporte, para que tenhamos uma mobilidade de cargas e de passageiros que atenda às necessidades do país”, concluiu.
Da Liderança do PSDB no Senado
