A sociedade brasileira saúda o acerto de contas que o STF impôs a quem liderou um governo baseado num esquema corrupto e se julgou inalcançável nos seus malfeitos. “A condenação de José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares e a penca de mensaleiros que gravitaram em torno deles a partir do Palácio do Planalto é um bálsamo para democracia brasileira”, diz a Carta de Formulação e Mobilização Política desta quarta-feira (10). Como destaca o documento editado pelo Instituto Teotonio Vilela, o PT tem, para todo o sempre, a exclusividade de dispor de um adjetivo todo seu: mensaleiro! Leia abaixo a íntegra:
O partido que governa o Brasil teve ontem alguns de seus maiores líderes condenados pela mais alta corte do país pela prática de corrupção. Uma decisão como esta deveria ser suficiente para que uma agremiação política séria assumisse seus erros e apresentasse desculpas à sociedade brasileira. Mas com o PT não é assim: o partido de Lula, Dilma e José Dirceu prefere tentar rebaixar todos à vala comum da imundice.
A maioria do Supremo Tribunal Federal (STF) considerou José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares, que comandaram a legenda durante o processo que levou o Partido dos Trabalhadores ao poder federal, culpados pelo crime de corrupção ativa. Eles conduziram um esquema que desviou dinheiro público para comprar o voto de parlamentares e formar a base de apoio ao governo Lula. Tudo isso resta agora provado pelos ministros do Supremo.
Foi sobre esteios desta natureza que, “entre quatro paredes de um palácio presidencial”, o PT ancorou seu projeto de poder, num esquema fraudulento que perdura aqui e acolá até os dias de hoje. Infelizmente, o partido dos mensaleiros ainda continua a lograr algum sucesso entre os eleitores, mas são direitos que a democracia lhe assegura, e que devem ser sempre respeitados.
A ficha corrida de Dirceu e seus mensaleiros de truz ainda deve crescer um pouco mais. Na semana que vem, os ministros do STF deliberarão sobre a prática de crime de formação de quadrilha, tendo o ex-ministro-chefe da Casa Civil do governo de Luiz Inácio Lula da Silva como o vértice da “sofisticada organização criminosa”. No fim de novembro, será definida a pena que caberá a cada um, ou seja, quanto tempo terão que gramar de cadeia.
Mas os mensaleiros não se fazem de rogados. Ontem, seu líder máximo veio a público insuflar a militância petista a “dar o troco nos adversários”, segundo O Estado de S.Paulo. Parece que o mensalão – que poucos dias atrás Lula considerava assunto menos importante que o mau futebol que jogam alguns times no Brasileirão – calou fundo na alma petista.
Lula deve estar particularmente contrariado não só por ver seu principal articulador político (cujo poder à época a Folha de S.Paulo esquadrinha hoje), o ex-presidente e o ex-tesoureiro de seu partido condenados a, possivelmente, passar anos atrás das grades por terem corrompido deputados.
O ex-presidente da República também viu ser trucidada ontem pela ministra Cármen Lúcia sua espúria tese de que o mensalão não passou de “mero” crime de caixa dois: “O ilícito não é normal. Ora, caixa dois é crime, é uma agressão à sociedade brasileira. (…) Me parece grave, porque parece que ilícito no Brasil pode ser realizado e tudo bem”.
A tática de Lula ao reagir à condenação dos mensaleiros é velha conhecida: equivale ao batedor de carteira que, flagrado, grita “pega ladrão”. São os chamados “spins”, na gíria da comunicação: fazer do limão uma limonada e distorcer de tal maneira a realidade de forma que ela pareça o contrário do que é. Ao fim e ao cabo, o que o ex-presidente da República está dizendo é: “Somos sujos, mas quem não é?”.
Lula quer que todos concordemos com seu torpe modo de ver o mundo, com sua enorme irresponsabilidade perante as instituições da República, com sua forma abjeta de considerar que todo brasileiro é um corrupto em potencial, basta que a oportunidade se lhe apresente. Conosco, não, violão!
A sociedade brasileira saúda o acerto de contas que a mais alta corte de Justiça do país impôs a quem liderou um governo baseado num esquema corrupto e se julgou acima do bem e do mal, inalcançável nos seus malfeitos. A condenação de Dirceu, Genoino, Delúbio e mais a penca de mensaleiros que gravitaram em torno deles a partir do Palácio do Planalto é um bálsamo para democracia brasileira.
Não venha o PT, menos ainda seu líder, dizer à nação que todos somos iguais na imundice. Isso não é “piada de salão”, como chegaram a crer alguns petistas. Daqui a poucas semanas, gente que até alguns anos atrás mandava no Brasil estará atrás das grades, cumprindo pena ao lado de criminosos sanguinários. Há alguma coisa que se pareça com isso? Com uma ficha corrida assim, que “debate da ética” Lula se julga capaz de travar, ladeado por seus corruptos comandados?
Só uma mente desequilibrada como a de Lula pode achar que é possível equiparar o assalto que o PT perpetrou no país a qualquer outro ilícito que se tenha notícia na história política brasileira. Nesta, o PT está sozinho, não tem concorrente. O partido de Lula, Dilma, José Dirceu e seus quadrilheiros tem, para todo o sempre, a exclusividade de dispor de um adjetivo todo seu: mensaleiro!
Fonte: ITV