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OS MITOS DO GOVERNO LULA (parte III)

Já falamos nesta coluna dos números sobre segurança e programas sociais no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Mostramos que a realidade é muito diferente do discurso ufanista do presidente e da propaganda oficial. Ao contrário do que apregoa o presidente, há uma redução nos investimentos para a segurança, faltam empregos e recursos para a área social, enquanto o Fome Zero simplesmente desaparece por inanição. Mas onde estão esses recursos que faltam para a segurança e o social” Como falta dinheiro para um governo que cobra cada vez mais impostos (mais de 37% do seus recursos, leitor, vai para o governo de forma direta ou indireta)”

A resposta está na falta de controle dos gastos públicos, no caráter perdulário do governo Lula. Em 33 meses, foram criadas 34 estatais, segundo o jornal “O Globo”, de setembro de 2005. Dá quase uma estatal por mês. E quem paga por isso” O cidadão contribuinte, é claro. E paga duplamente: primeiro ao financiar essas despesas com o pagamento de impostos, depois ao sofrer com a falta de recursos para o serviço público.

Nem todos, porém, estão insatisfeitos. Os bancos, por exemplo, tiveram lucros recordes e estão no paraíso dos juros altos. Nos três primeiros anos do governo Lula, os bancos lucraram oito vezes mais do que nos oito anos do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). E Lula quer comparar! Segundo os dados do site oficial do Senado que acompanha a execução do orçamento federal, o governo Lula foi o que menos investiu nos últimos 25 anos. A média mensal de Lula é de R$ 643 milhões nos primeiros 33 meses, contra R$ 1,327 bilhão de média mensal entre 1980 e 2002.

Tudo isso já seria ruim, mas o governo Lula parece não ter limites. Conforme os dados do Tribunal de Contas da União (TCU), em seu relatório sobre as contas do governo, 61% dos convênios encerrados até 2004 (um total de R$ 5,9 bilhões) não tiveram prestação de contas apresentadas. Além da falta de transparência, o País assistiu, estupefato, a um desfile macabro de denúncias sobre o maior e mais amplo esquema de corrupção da nossa República. Com isso, o Brasil caiu no ranking mundial de corrupção, como mostrou a Organização não-Governamental Transparência Internacional, no Estado, em outubro de 2005.

Está mais do que na hora de mudar. Sem bravatas, fanfarronices ou mitos e olhando sempre para o futuro. Com prioridade absoluta para a educação e o desenvolvimento, ao contrário do que o governo Lula vem fazendo. Além dos juros escorchantes e da falta de política agrícola, não se aplicou o mínimo para a erradicação do analfabetismo e a melhoria do ensino fundamental, segundo avaliação do TCU. Ao invés disso, aplicou-se 50% dos recursos no ensino superior, onde 92% dos alunos estão entre os setores mais ricos da população. É uma inversão completa, como tudo nesse governo. A hora é de mudança.

José Aníbal, vereador mais votado da Capital, foi o líder do governo na Câmara Municipal. Foi deputado federal por três mandatos, líder do governo FHC na Câmara dos Deputados e presidente nacional do PSDB. Também ocupou a Secretaria de Ciência e Tecnologia no governo Mário Covas.
Site: www.joseanibal.org.
E-mail: joseanibal@camara.sp.gov.br.

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