Andrea Matarazzo
Não é por acaso que a Avenida Paulista se mantém por tantos anos como o maior símbolo de São Paulo. Comemorando 120 anos de existência no dia 8 de dezembro, a Avenida simboliza a grande força da nossa cidade e o espírito empreendedor dos paulistanos.
A Paulista sempre me foi muito familiar. Meus avós e muitos dos meus tios moravam ao longo dela e me lembro de passear pelas calçadas, quando a Paulista tinha apenas uma pista e era repleta de imensos casarões de ambos os lados, todos com grades baixinhas. Alguns ainda estão ali, como a Casa das Rosas e o Casarão da família Thiollier, no número 1.919.
Era uma avenida relativamente calma, já que o centro econômico de São Paulo ainda ficava nas ruas Boa Vista e na XV de Novembro. Não estou falando de tantos anos atrás. A Paulista era assim por volta dos anos 60. A transformação veio na década de 70, quando a Avenida, marcada pelas residências da elite econômica da época, passou a ser sede de escritórios, indústrias e bancos, trazidos pelo grande salto econômico do Brasil.
A Avenida passou por diversas intervenções, mas a virada definitiva veio com o alargamento das pistas e a implantação do projeto urbanístico e de sinalização – com os característicos totens – de autoria de João Carlos Cauduro, que deram a feição que a Avenida tem hoje.
Tive o prazer de poder implantar a última grande modernização da Avenida. O bonito mosaico português, inadequado para os pedestres, foi substituído por amplas calçadas de concreto armado. No canteiro central, foram instaladas floreiras com azaléias, flores tão representativas da cidade. Com orientação da hoje deputada Mara Gabrilli, as calçadas passaram a ter um nível único, com pisos podotáteis, tornando a Paulista totalmente acessível. O comércio renasceu e a Paulista está revitalizada.
Caminhar pela Paulista é uma experiência aos sentidos, com muito para ver, ouvir e conhecer. O Masp, o Parque Trianon, restaurantes, cinemas, lojas, há opções e espaço para todos. Hoje, mais de 450 mil pessoas passam diariamente pelos 2,8 quilômetros da avenida, que é a melhor representação da diversidade de São Paulo.