“O governo Lula é parado na economia e acelerado nos escândalos de corrupção”. A afirmação foi feita pelo candidato Geraldo Alckmin (PSDB) na noite dessa segunda-feira (23/10) durante debate com o candidato à reeleição, Luiz Inácio Lula da Silva, na Rede Record. “As notícias desta semana são péssimas. O Brasil continua como o penúltimo em crescimento na América Latina, superando apenas o Haiti. Outro caso é o superfaturamento de R$ 100 milhões nas obras do Aeroporto de Congonhas”, destacou o tucano. (Foto: Marcelo Botelho)
Já na primeira pergunta que fez ao petista, Alckmin indagou se o fato de o atual governo ter tido cinco ministros indiciados por envolvimento em corrupção era mera coincidência. Depois de Lula tentar mudar de assunto, o tucano utilizou a réplica para esclarecer que os episódios de corrupção vieram à tona apenas por investigações da imprensa. Ele lembrou que o mensalão se tornou neologismo somente depois da entrevista do ex-deputado Roberto Jefferson à Folha de S. Paulo. “O próprio procurador-geral da República disse que há uma quadrilha de 40 ladrões”, ressaltou.
Dinheiro do dossiê
Ao tratar do escândalo da compra de um dossiê fajuto por petistas, Alckmin disse que, se fosse o candidato do PT, chamaria os “companheiros de décadas” para solucionar a origem do R$ 1,7 milhão (em dólares e reais) que seria usado na transação. “Tire esse peso da consciência”, desafiou. “Não é possível continuar assim sob o ponto de vista ético”, acrescentou. Apesar de dois petistas terem sido presos há quase 40 dias com o pacote ilegal de dinheiro, até agora a origem dos recursos não foi esclarecida.
Além da questão ética, Alckmin também apontou o fracasso administrativo do atual governo. “O PT e o Lula já tiveram a sua chance. Sob o ponto de vista ético, o governo foi um descalabro. Administrativamente, foi mal. E o país não cresceu”, assinalou.
Alckmin destacou que o país vive a maior crise agrícola da história. Ele alertou a população sobre o risco de iminente reajuste nos preços dos produtos agrícolas devido à queda da produção. “Os juros do Brasil são os maiores do mundo, o câmbio está valorizado artificialmente e a infra-estrutura deteriorada”, constatou.
Exportação de empregos
Segundo ele, a política econômica de Lula, que inclui elevada carga tributária, além de juros altos e taxa de câmbio que prejudica o setor produtivo, leva empresários brasileiros a investir fora do país. “As indústrias estão indo embora em busca de competitividade. O seu próprio vice-presidente, companheiro de chapa, que é um grande industrial brasileiro, está estudando montar uma fábrica na China”, afirmou o tucano, referindo-se ao vice-presidente José Alencar, dono da indústria têxtil Coteminas, que pretende investir naquele país, segundo a revista Veja.
O tucano afirmou que no seu governo o setor produtivo será prestigiado. Lembrou que a China cresce a uma média de 9% ao ano; os emergentes, a 7%; o mundo, a 5%; e o Brasil, a 2%. “Não é possível a gente achar que é normal a Argentina crescer 9 %, países que são nossos pares crescerem 7% e o Brasil crescer 2 %”, afirmou. “Ele (Lula) assumiu o governo com oito milhões de desempregados. Agora são nove milhões. O meu compromisso é com o trabalho”, observou.
Desperdício
Alckmin, que assumiu mais uma vez o compromisso de reduzir impostos a partir de um rigoroso controle das contas públicas, ressaltou que quando era governador de São Paulo diminuiu o ICMS de cerca de 200 produtos no Estado. Acrescentou, que no mesmo período, o governo Lula aumentou impostos como o PIS, a Cofins, o Pasep e taxas sobre água e esgoto. “O Brasil está ficando pra trás. O prejudicado é o jovem, é o trabalhador”, disse o candidato.
Questionado por Lula que gastos Alckmin pretendia cortar para cumprir a promessa de reduzir a carga tributária, o tucano disparou: “Primeiro, na corrupção”. O candidato do PSDB também afirmou que Lula inchou a máquina pública com 34 ministérios. “A receita do Lula é aumento de imposto e desperdício”, lamentou.
Campanha de mentiras
O candidato tucano acusou ainda o presidente Lula de espalhar mentiras durante a campanha para prejudicar sua candidatura. “A sua campanha, para me prejudicar, disse que eu ia acabar com o Bolsa-Família e é mentira. A sua campanha disse que eu ia acabar com a Zona Franca de Manaus e é mentira. A sua campanha disse que eu tenho aposentadoria de anistiado, não pago imposto e é mentira. É válida a mentira””, perguntou Alckmin