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Acusados pela morte de Ceci Cunha são condenados

Todos os cinco acusados pela morte da deputada federal Ceci Cunha (PSDB-AL) e de outros três familiares, em dezembro de 1998, foram condenados. O julgamento, que começou na manhã da última segunda-feira (16), só chegou ao fim na manhã desta quinta-feira (19), na capital alagoana. Talvane Albuquerque, mandante do crime, recebeu uma pena de 103 anos e quatro meses. Todos os réus deixaram o Tribunal e foram conduzidos diretamente a penitenciárias do estado.

Pelo caso, conhecido como Chacina da Gruta, Jadielson Barbosa da Silva, ex-assessor de Albuquerque, pegou 105 anos de prisão. José Alexandre dos Santos, conhecido como Zé Piaba, teve a mesma pena aplicada. Alécio César Alves Vasco foi condenado a 87 anos e três meses de reclusão em regime fechado. O juíz André Luis Granja determinou 75 anos e sete meses de pena para Mendonça Medeiros.

Os réus foram condenados por homicídio duplamente qualificado em relação à Ceci Cunha – motivo torpe e sem chance de defesa da vítima – e triplamente qualificado em relação às outras vítimas – acrescentando a qualificadora de cometerem os outros assassinados para garantir a continuidade do plano de matar a parlamentar.

Os familiares de Ceci Cunha celebraram a decisão judicial. Rodrigo Cunha, filho da deputada e de Juvenal Cunha (outra vítima da chacina), afirmou que ele e seus parentes não foram ao tribunal à espera de vingança, e sim de justiça. “Eu cresci ouvindo que gente rica jamais ia para a cadeia. O que acontece hoje, aqui, é um exemplo oposto disso. Meu filho não crescerá acreditando que, apenas por se ter dinheiro, uma pessoa pode fazer coisas erradas e sair impune”, declarou.

O presidente do PSDB, deputado federal Sérgio Guerra (PE), comentou o resultado. “O PSDB sempre acreditou que a justiça um dia seria feita. Encerra-se hoje uma história de 13 anos de impunidade. Que esse resultado sirva para desencorajar aqueles que tentam chegar ao poder a qualquer custo”, disse Guerra. “Nesse momento, somos solidários à família da nossa querida deputada Ceci Cunha. Fez-se justiça à sua memória”, completou.

A presidente do PSDB Mulher, Thelma de Oliveira, destacou que o desfecho do julgamento é uma vitória da consolidação da democracia brasileira e uma resposta à sensação de impunidade que pairava em Alagoas após 13 anos do crime. “Se não tivéssemos punições aqui, ficaria aberto um precedente perigoso. Passaríamos a mensagem de que, no Brasil, podemos resolver questões políticas à base da violência. Felizmente aconteceu o contrário”, disse.

O deputado estadual Jorge Pozzobom (PSDB-RS) acompanhou o julgamento e afirmou que a decisão judicial é mais uma sinalização de respeito à Constituição, pautada pelo direito à vida.

 

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