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Parque Dom Pedro, novo pólo cultural de São Paulo

Andrea Matarazzo

Explicar a localização do Parque Dom Pedro para quem não conhece o centro de São Paulo pode parecer fácil. Porém, só pelo fato de ser uma área imensa, cortada por cinco viadutos e pela Avenida do Estado, é uma tarefa curiosa. A um quilômetro da Praça da Sé, a região do Parque Dom Pedro e do Glicério é hoje um local degradado, de grande vulnerabilidade social.

Milhares de pessoas passam por lá diariamente, em um fluxo que vai da zona leste ao centro. Durante décadas, as áreas verdes foram dando espaço às avenidas e prédios, como o São Vito na década de 50, colaborando com a transformação desordenada.

A boa notícia é que essa paisagem está mudando. Estive lá nessa semana, quando o governador Geraldo Alckmin anunciou um projeto de recuperação da área. O velho Quartel da Tabatinguera, construído no século XVIII para ser um convento, será reformado para ser sede do Museu da Polícia Militar. Além disso, no local, será instalada a Fábrica de Cultura do Glicério.

Com esse projeto, o Parque Dom Pedro será o terceiro pólo cultural mais importante da cidade, ao lado do Ibirapuera e da Nova Luz. Ali perto está também o Mercadão, que já é um ponto turístico. Um pouco mais a frente, tem o Museu Catavento e, ainda em construção, será instalado o Museu da História de São Paulo na antiga Casa das Retortas – mais um prédio tombado, exemplo da arquitetura industrial do século XIX.

A história de São Paulo estará preservada na arquitetura dos prédios tombados e restaurados, que ganharão nova vida com as atividades culturais. Também colabora para a revitalização do Parque Dom Pedro a recente demolição dos edifícios Mercúrio e São Vito. No lugar onde ficavam os prédios, devem ser construídos uma unidade do Sesc, uma ampla área verde e um estacionamento, além da criação de uma passagem ao Mercado Municipal.

Contribuiria com o processo a demolição do Viaduto Diário Popular, que criaria mais integração entre os espaços. Às vésperas de mais um aniversário de São Paulo, é um presente poder acompanhar tudo que está sendo feito pela reconstrução da região central da cidade. É um trabalho de longo prazo e de muito esforço, mas que certamente vale a pena.

 

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