Andrea Matarazzo
A história do Tremembé é muito parecida com a de outros bairros de São Paulo, já que ele também foi criado a partir de uma fazenda – a da família Vicente de Azevedo – que no fim do século XIX foi loteada em chácaras. Mas hoje o Tremembé se diferencia muito das outras regiões paulistanas.
Por estar próximo à Serra da Cantareira e ter um relevo muito específico, o bairro demorou mais para receber infra-estrutura, como transporte público, por exemplo. Consequentemente, mesmo próximo do centro da cidade, o bairro demorou para ser povoado, atraindo mais imigrantes alemães, portugueses, poloneses e italianos, que viam semelhança entre as paisagens do Tremembé e as de seus países de origem.
Esse isolamento do bairro nos seus primeiros anos foi o que resultou na tranqüilidade do Tremembé, que é uma região sem os grandes prédios, comuns a quase todos os bairros de São Paulo, e guarda ainda um clima de pequena cidade.
Além disso, conseguiu preservar boa parte de sua impressionante área verde. Com o Horto Florestal e o Parque Estadual da Cantareira, o Tremembé pode ser considerado um dos distritos com mais vegetação da cidade. O bonito Parque Estadual Alberto Löfgren, conhecido como Horto Florestal, foi aberto ao público em 1896 e mantém extensas áreas de Mata Atlântica. Os visitantes encontram por lá árvores nativas e exóticas, além de alguns exemplares da fauna brasileira. Nas vezes que estive no Horto, já consegui avistar macacos, capivaras e diferentes espécies de pássaros.
O Parque Estadual da Cantareira é outro lugar imperdível. São 7.900 hectares de parque – o equivalente a cerca de 8 mil campos de futebol –, uma das maiores áreas de mata tropical nativas do mundo em uma região metropolitana, onde estão preservados árvores e animais ameaçados de extinção. Há uma série de trilhas abertas ao público, além do belíssimo Mirante da Pedra Branca, de onde é possível ver a Serra do Mar, em dias claros.
No extremo norte de São Paulo, o Tremembé é um dos pulmões da cidade, conseguindo preservar suas importantíssimas áreas verdes. Na maior metrópole do País, há espaço também para a tranquilidade e o contato direto com a natureza.
