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A nova fase da Cesp

José Aníbal

O balanço da Companhia Energética de São Paulo (Cesp) referente ao ano de 2011, divulgado na última quarta-feira, dia 28, não deixa dúvidas de que a empresa vive uma nova fase.

A gestão austera implementada pelo governador Geraldo Alckmin e pelo presidente da empresa, Mauro Arce, trouxe resultados evidentes. Os números mostram uma Cesp revigorada, sólida, transparente e com desempenho promissor tanto para o setor público quanto para os investidores privados.

Atualmente, a Cesp é uma das maiores companhias geradoras de energia do país, produzindo 8% de toda a eletricidade brasileira. Em suas 57 unidades geradoras, a companhia soma 7.500 MW de capacidade instalada e quase 4.000 MW médios de garantia física.

A produção da empresa no ano de 2011 alcançou 44 milhões de MWh, volume ligeiramente superior ao registrado em 2010.

A geração de caixa, medida pelo Ebtida, ultrapassou os R$ 2 bilhões, resultado que é 4,4% maior do que o de 2010. O lucro operacional antes do Resultado Financeiro teve um crescimento de 35%, totalizando R$ 919 milhões.

O lucro líquido foi 16% superior em relação ao ano anterior, atingindo R$ 108 milhões. A expectativa é de que a distribuição de dividendos deva chegar a R$ 465 milhões – quase o dobro do valor distribuído no exercício passado.

Ao mesmo tempo, tanto a Dívida Financeira quanto a Dívida Líquida foram reduzidas.

A primeira caiu 6,7%, enquanto a segunda recuou quase 10%. Os Encargos de Dívidas somadas a outras despesas financeiras registraram queda de 14% sobre 2010, totalizando R$ 367 milhões – reflexo direto da redução do endividamento da companhia.

Em decorrência deste regime gerencial austero e rigoroso, os papéis da Cesp tiveram excelente desempenho no mercado financeiro.

Nem mesmo a forte retração no mercado financeiro – o Ibovespa recuou 18,11% no ano passado – rebaixou os papéis da Cesp. Seu desempenho ficou acima do registrado pelo Índice de Energia Elétrica (IEE), que avançou 19,72%.

As ações preferencias Classe B alcançaram 22,41% de valorização, as ordinárias subiram 24,66% e as preferenciais Classe A tiveram valorização de 39,63%, sendo negociadas a R$ 33,65 no último dia de 2011.

Os desafios da empresa para o ano de 2012 não são pequenos. O mais importante deles diz respeito à renovação das concessões. A hesitação do governo federal em anunciar as renovações gera insegurança em todo o setor elétrico.

Quanto mais rápido sair a decisão, maior a tranquilidade da Companhia Energética de São Paulo para gerenciar seus compromissos e executar com segurança e eficácia seu planejamento estratégico.

Outro desafio importante diz respeito aos passivos judiciais da empresa. O governo de São Paulo vai defender cada centavo cobrado indevidamente por meio de ações judiciais descabidas e, muitas vezes, oportunistas.

A Cesp é um patrimônio de todo o povo paulista, e também uma empresa extremamente rentável. O tempo da austeridade e do rigor gerencial veio para ficar. Os resultados de 2012 certamente serão ainda melhores.

 

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