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O DESEJO DO MINISTRO

Uma ótima eleição, alegre e pacífica. Foi este o desejo do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Carlos Ayres Britto, veiculado em rede nacional de rádio e televisão às vésperas do primeiro turno das eleições municipais.

Talvez por ser poeta – membro da Academia Sergipana de Letras – o ministro conseguiu resgatar com clareza algo que vinha se perdendo nos últimos períodos eleitorais. Falo mais da alegria do que da paz. Embora os brasileiros tenham as duas qualidades no seu DNA, acredito que de uns tempos para cá fomos levados a mirar a política com olhos oblíquos. O triste sentimento da desconfiança tentou tomar o lugar da alegre sensação da esperança, esta que é a matéria-prima da política.

Mas o eleitor, sempre ele, em pé e solitário diante da urna, virou o jogo. Analisou, decidiu, votou. Onde for preciso, vai fazer tudo de novo no segundo turno. E não faz isso porque é obrigado. Se assim fosse, teríamos um espetáculo de votos nulos, brancos e abstenções no lugar do espetáculo da democracia, da soberania popular e do livre arbítrio em que se transformaram as eleições brasileiras.

No maior colégio eleitoral do país não poderia ter sido diferente. Os paulistas demonstraram que acreditam na política como instrumento de gestão do bem-estar e da felicidade coletiva. Nada de olhares oblíquos. São Paulo prefere o olho no olho. É um povo que sabe o que quer, como definiu em certa ocasião Mário Covas. A Capital, por exemplo, registrou pífios 3% de votos brancos e 4% de votos nulos. Abstenções somaram 15%, número difícil de julgar por não conhecermos as motivações dos eleitores que não comparecerem às urnas.

A confiança na política e a alegria que emana do poder do voto devem ser compreendidas à luz dos resultados das eleições. Como secretário-geral do PSDB em São Paulo, ofereço o exemplo do meu partido para essa análise.

O PSDB elegeu, neste primeiro turno, 203 prefeitos. Continua sendo o partido que administra o maior número de cidades no estado de São Paulo, segundo a vontade do povo. E que vontade é essa” Como traduzir essa massa de votos que delegou a prefeitos social-democratas a tarefa de conduzir cidades que abrigam, juntas, milhões de paulistas”

Acredito que a palavra-chave é responsabilidade. Não a fundamental responsabilidade fiscal, legado do governo Fernando Henrique Cardoso para o Brasil, porque esta já está incorporada à vida pública, é lei. Mas, no rastro dela e do sentimento que a gerou, prefeitos social-democratas se destacam por exercer a responsabilidade em todas as esferas da administração e da vida pública.

Participação popular com resultado, sem alarde. Programas sociais com perspectivas, sem assistencialismo. Gastos públicos com qualidade, sem benesses. Máquina a serviço do povo, não do partido. As administrações movidas por social-democratas afirmam essas diferenças e vão além delas. Têm uma identidade própria, baseada na sobriedade e na inovação administrativa. Desde a sua fundação, em 1988, o PSDB vem formando quadros políticos para atuar nessa direção. É justo que o partido colha os resultados de seu trabalho.

A confiança na política também acabou por ditar uma das principais lições do recente embate eleitoral.

Por mais fortes que sejam os ventos das grandes articulações, a boa gestão pública se impõe e resiste a ondas de todas as cores. Um sábio sistema de freios e contrapesos promove o equilíbrio entre as questões locais e as vontades nacionais dos partidos. O voto para prefeito não atravessa as fronteiras da cidade, embora ele tenha o condão de indicar a preferência de cada eleitorado por determinado ideário.

Pensando nisso pintei de azul, no mapa de São Paulo, as cidades que serão administradas por prefeitos e vice-prefeitos tucanos. São Paulo é azul. Prevaleceu o programa social-democrata porque mais paulistas se identificam com os ideais de uma ordem social justa e do desenvolvimento construído de forma harmoniosa, com igualdade de oportunidades.

Em resumo, política e gestão pública são inseparáveis. O eleitor escolhe a primeira pensando na segunda e não ao contrário, o que configuraria uma subversão de valores. Acredito mesmo que tentativas de reduzir a arte da política a questões meramente administrativas são próprias dos que instigam a desconfiança no fazer política, no pensar política, na ação política, no ser político. Em oposição a essa postura melancólica e desconfiada, está a conduta alegre e confiante daqueles que sabem que têm nas mãos o poder de decidir o destino de suas cidades.

O desejo do ministro se concretizou.

César Gontijo é Secretário Geral do PSDB do Estado de São Paulo

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