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Em qualquer área de atuação governo do PT é abaixo da crítica

Antonio de Sousa Ramalho

Já se vão 10 anos e a cada dia que passa a impressão de que o PT tinha apenas um projeto de poder e não um projeto para o país se torna uma certeza.

Não faltam exemplos. Na Educação, com servidores das universidades federais em greve e a perda total de credibilidade e confiabilidade do ENEM, obra do ex-ministro Fernando Haddad. Na Habitação, o Minha Casa Minha Vida entregou apenas 2% das unidades contratadas para famílias com renda de até R$ 1.600. Na Saúde, sucateamento total e o SUS na UTI, sem reajustes nos repasses. Na Economia, uma sucessão de pacotões feitos às pressas, que só beneficiam alguns setores da economia e colocam a combalida Previdência Social em risco. E o pior, deixam de lado aqueles setores que mais geram empregos, como o comércio e a construção civil.

O apagão da mão de obra em vários setores é evidente. E os recursos empregados para qualificar são menores a cada ano. Em 2011, por exemplo, os recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) direcionados à programas de qualificação da mão de obra foram 46,5% inferiores ao resultado de 2010, por sua vez inferiores ao de 2009 e assim por diante. Em 2011 foram gastos R$ 80,2 milhões com recursos do FAT – que representaram um empenho de 28,8% dos R$ 278,3 milhões autorizados pelo Conselho Deliberativo do FAT (Codefat).

Quando tem a chance de beneficiar de verdade o trabalhador, o governo claudica. A isenção do Imposto de Renda na PLR, prevista na MP 556, foi enterrada porque o governo deixou a MP caducar. E agora, a proposta apresentada às centrais é de aumento de alíquota para ganhos superiores a R$ 20 mil na PLR e a isenção, anteriormente acertada para quem ganhasse até R$ 12 mil, foi reduzida para o teto de R$ 5 mil. As centrais, obviamente, recusaram.

Isso sem falar nas mentiras repetidas à exaustão, que para governistas e parte da população menos esclarecida, tornaram-se verdades. O único programa social de concepção petista, o Fome Zero, nunca foi colocado em prática e não matou a fome de ninguém. O ex-presidente Lula surfou durante 8 anos nas ondas da estabilidade econômica deixada pelo governo FHC e conseguiu incutir na mentalidade do eleitor ser o salvador da pátria. Agora tenta chantagear um ministro do Supremo para adiar o julgamento da quadrilha formada por seus pares que organizaram e operaram o mensalão. Populista, fanfarrão, ditador e outros adjetivos impublicáveis foram repetidos à exaustão por quem pensa o país de forma séria e decente.

Mas há esperança de dias melhores, com o julgamento do Mensalão marcado pelo Supremo para o inicio de agosto, que vai finalmente dar o veredicto final sobre o que Lula chama de “invenção da imprensa”. Aliás, por falar em imprensa, petistas de plantão no Congresso Nacional tentam acelerar o marco regulatório da mídia, na tentativa de coibir a liberdade de imprensa e calar o único canal existente entre os desatinos do governo e seus asseclas com a sociedade brasileira, cansada de tanta baixaria. Esperança que também reside em iniciativas de deputados da oposição, como o site www.obrasempacadas.com.br, que mostra a lentidão e o péssimo uso do dinheiro público nas obras do PAC.

O Brasil está amadurecendo, resta saber se o resultado deste ganho de consciência será refletido nas urnas a partir das próximas eleições.

Antonio de Sousa Ramalho, o Ramalho da Construção, é presidente nacional do Núcleo Sindical do PSDB, vice-presidente da Executiva Nacional da Força Sindical e presidente do Sintracon SP.

 

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