O deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP) lamentou que o governo Lula não tenha “aproveitado a janela de oportunidades” que se abriu com a crise financeira mundial para impulsionar o agronegócio. Segundo ele, com o agravamento das turbulências, diversos países enfrentaram quebra de safras – como a Argentina, que sofreu recuo de 50% na produção.
A retração nas nações vizinhas e em tradicionais exportadores possibilitaria ao Brasil fortalecer seu sistema produtivo e obter bons preços nas negociações nos mercados mundiais. “No entanto, o governo não tomou as iniciativas necessárias e essa oportunidade passou”, lamentou o parlamentar paulista.
A quebra de safra anunciada pelo IBGE para o Brasil em 2009 torna ainda mais difícil a possibilidade de que o país amplie a exportação de grãos. De acordo com o instituto, devido à estiagem em vários estados, haverá uma queda de 7,9% neste ano, com resultados mais preocupantes na batata (9,9%), café (15%) e soja (15,5%). Duarte também acredita que o Planalto fez ajustes pontuais em setores como a construção civil, bancário e automobilístico. “A agropecuária, entretanto, foi deixada de lado, na lanterna”, avaliou.
Duarte acredita que o setor primário necessita com urgência de crédito para a comercialização da safra deste ano e de uma política de preços mínimos para estimular a produção. “As decisões vem sendo tomadas, mas de maneira muito lenta”, apontou.
O tucano destacou a ação da oposição, que conseguiu emendar a MP 443 e incluir a prorrogação, de 30 de dezembro de 2008 para 30 de junho de 2009, do prazo final de contratação de financiamentos em condições especiais para produtores rurais e cooperativas quitarem dívidas contraídas com fornecedores de insumos agropecuários. “São medidas que trazem algum alívio para o setor, mas o crédito ainda está muito escasso”, reiterou.