O deputado federal Emanuel Fernandes (PSDB-SP) alertou para o crescimento dos gastos do governo Lula com cartão corporativo. Pouco mais de um ano após vir à tona o escândalo de abusos na utilização da ferramenta para pagar despesas do setor público, os números mostram que os gastos com cartão foram 27% maiores em janeiro deste ano se comparados com o mesmo período do ano passado. De acordo com o portal “Contas Abertas”, de R$ 6,3 milhões no ano passado as cifras pularam para R$ 8 milhões em 2009.
“O governo não aprende, mesmo depois de todo o escândalo do ano passado. É mais um fato que mostra o caráter da gestão Lula, que não tem o menor compromisso com a moralidade pública”, reprovou Emanuel. Para o deputado, a ferramenta é importante para qualquer governo, desde que os gastos não sejam escamoteados como permite a lei.
“O cartão corporativo é um mecanismo eficiente, rápido para as despesas de um governo, mas tem de haver transparência. O governo Lula, no entanto, só se preocupa em fazer marketing”, afirmou. “Essa história de gastos sigilosos é muito complicada. Não vejo problema em fazer as despesas necessárias com a ferramenta, mas os gastos deveriam ser abertos, publicados”, cobrou o tucano.
Apesar de reduzir os gastos ao longo de 2008, o governo voltou à carga nesse ano. O Ministério da Justiça, por exemplo, aumentou as despesas no cartão em 12 vezes se comparado com janeiro do ano passado. A justificativa oficial é uma ampliação de ações contra o crime organizado. Já o Instituto Chico Mendes, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, ampliou em 39% o número de saques.
