A Prefeitura de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) determinou que secretários municipais e outros funcionários de primeiro e segundo escalões só deem entrevistas após avaliação da assessoria de imprensa.
Segundo a Folha apurou, a orientação envolve pedidos de entrevistas sobre questões que possam ganhar repercussão eleitoral. O objetivo é que assuntos negativos não sejam relacionados ao governo da prefeita Dárcy Vera (PSD), candidata à reeleição.
Em alguns casos, o setor de comunicação pode não liberar a entrevista solicitada.
Três secretários que até a semana passada falavam diretamente com a reportagem, ontem afirmaram que, com a nova determinação, a Folha deveria procurar a assessoria para pedir entrevistas.
A “blindagem” acontece na semana em que a Secretaria da Saúde enfrenta um desgaste com a morte da paciente Eliane Cristina Maciel Martins, 29, numa UBDS (Unidade Básica Distrital de Saúde) da cidade.
Prefeitura e Ministério Público apuram se houve negligência do Samu (serviço de atendimento de emergência), que teria negado ambulância a ela após descobrir que Eliane tinha convênio particular.
Desde a quarta-feira, a prefeita cancelou os eventos públicos de campanha.
OUTRO LADO
Dárcy Vera foi procurada pela reportagem ontem por telefone e pela assessoria de imprensa durante a tarde desta quinta-feira (19), mas até as 20h de não houve resposta.
Em e-mail enviado à assessoria de imprensa da administração, foi solicitada a entrevista para que a prefeita esclarecesse a nova determinação. A assessoria disse que iria responder à solicitação da Folha, o que não ocorreu.
Sobre os compromissos cancelados, a assessoria de imprensa do PSD informou que nesta quinta-feira, Dárcy estava doente. Já na terça-feira, ela teve reunião de urgência.
