Ao menos metade dos cerca de 980 professores da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), em São Carlos (232 km de São Paulo), aderiram ao movimento federal de greve.
Segundo a Adufscar (associação dos docentes), a paralisação não deve representar grandes impactos imediatamente porque a universidade está em período de férias.
A greve já havia iniciado nos campi da UFSCar de Araras e Sorocaba entre maio e junho, mas só teve início nesta semana em São Carlos porque não houve consenso para a paralisação antes.
“Por isso, terminamos o [primeiro] semestre, os professores entregaram as notas [dos alunos] normalmente”, disse o primeiro-secretário da Adufscar, Luiz Carlos Gomide.
De acordo com ele, o impacto da greve em São Carlos será sentido no retorno às aulas. “É estranho iniciar o segundo semestre em um campus e não iniciar nos demais. Com isso, o movimento ficará unificado.”
Isso se as negociações não avançarem em Brasília. A próxima reunião está marcada para segunda-feira (23) e, pelo menos até lá, a posição dos grevistas permanece a mesma.
Os docentes rejeitam a proposta do governo federal, que prevê reajustes de até 45%, de forma escalonada em até três anos.
Em nota, a reitoria da UFSCar afirmou que reconhece a greve como um direito dos trabalhadores e declarou “apoio às reivindicações”.
“Estaremos sempre abertos ao diálogo com todas as categorias e, no âmbito externo, estamos atuando juntamente à Andifes [Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior], buscando facilitar negociações que permitam que as universidades voltem ao seu funcionamento regular o mais brevemente possível”, afirma a nota da reitoria.