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Análise: apostas de Dilma e de Lula largam mal na disputa por prefeituras

Os candidatos nos quais a presidente Dilma Rousseff e seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, mais apostaram até agora não estão bem posicionados na largada da disputa de prefeitos em capitais pesquisadas pelo Datafolha.

Os petistas Fernando Haddad (candidato em São Paulo) e Patrus Ananias (que disputa em Belo Horizonte) estão muito atrás dos primeiros colocados.

Haddad foi uma escolha de Lula. O ex-presidente impôs o nome do candidato para a seção paulistana do PT, retirando da disputa a mais conhecida Marta Suplicy.

O candidato lulista para São Paulo está empacado com 7%, oscilando só dentro da margem de erro nos últimos 30 dias. Embora não saia do lugar, está cada vez mais conhecido. No último mês, pulou de 49% para 55% os que dizem saber quem ele é.

Patrus foi uma aposta de Dilma em Belo Horizonte. A presidente quis responder ao avanço do PSB, partido do prefeito da capital mineira, Márcio Lacerda, e também do governador de Pernambuco, Eduardo Campos –que tem pretensões presidenciais em 2014 ou 2018.

A mando de Dilma, o PT rompeu a aliança com Lacerda, que agora tenta a reeleição. Foi despachado para Minas o marqueteiro João Santana, que trabalhou para Lula e agora está com Dilma.

Apesar de todo o apoio e da mídia espontânea dos últimos dias, Patrus está 17 pontos atrás de Lacerda na disputa. E há uma dificuldade extra: nessa capital os outros candidatos são frágeis eleitoralmente e não deve haver segundo turno.

O único petista que está se saindo bem neste início de campanha em uma capital pesquisada pelo Datafolha é Humberto Costa, candidato a prefeito de Recife. Mas ele foi uma escolha do establishment partidário, não de Dilma nem de Lula.

Embora lidere com 35%, Costa tem no seu encalço Mendonça Filho (DEM), com 22%. E há também o candidato Geraldo Julio, do PSB, com apenas 7% –mas que terá o apoio expressivo de Eduardo Campos, um dos mais bem avaliados governadores.

Nas outras capitais o PT não está presente (Curitiba e Rio) ou está sem chances (Porto Alegre). Na capital gaúcha, o nome petista é Adão Villaverde, o Villa. Ele tem apenas 3% das intenções de voto contra 38% de José Fortunati (PDT) e 30% de Manuela D’Ávila (PC do B).

Tudo considerado, o PT corre o risco de ter um desempenho modesto nas principais capitais do país se não reverter o desempenho deste início de campanha.

Não são incomuns viradas depois que começa a propaganda eleitoral em rádio e TV. Mas no caso do PT, terá de ser uma reviravolta de tamanho além do convencional.

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