Início Saiu na imprensa Procurador-geral diz que mensalão ‘maculou gravemente a República’

Procurador-geral diz que mensalão ‘maculou gravemente a República’

Ao iniciar a acusação contra os 38 réus da ação penal do mensalão, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou nesta sexta-feira (3) que com o esquema “maculou-se gravemente a República”.

O procurador lê a sua denúncia no segundo dia do julgamento do caso. A expectativa é que a leitura de seu relatório dure cerca de cinco horas.

Como a Folha mostrou no sábado, em sua denúncia Gurgel classificou o mensalão como o “mais atrevido e escândalos de desvio de recursos público flagrado no Brasil”.

O procurador disse ainda que ficou comprovado um “sistema de enorme movimentação financeira à margem da legalidade, com o objetivo espúrio de comprar os votos de parlamentares tidos como especialmente relevantes pelos líderes criminosos”.

Para o procurador, o sistema de compra de parlamentares aliados começou após o primeiro turno das eleições presidências de 2002, que foi vencida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Gurgel fez uma contextualização buscando em autores avaliações sobre a ética de políticos e sustentou concordar com a máxima que nesse caso os fins não justificam os meios. Para o Ministério Público Federal, o esquema foi para manter o projeto de poder do PT.

 

MAL-ESTAR

 

O primeiro dia de julgamento do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal) expôs ontem um racha entre o relator do caso, Joaquim Barbosa, e o revisor, Ricardo Lewandowski, ao definir que todos os réus serão julgados na Corte e favoreceu a estratégia da defesa de adiar a análise da denúncia.

Barbosa e Lewandowski divergiram sobre o pedido da defesa para o desmembramento do processo levando os réus sem foro para primeira instância, o que foi rejeitado. O embate foi interpretado pelos ministros como sinal de que outros enfrentamentos devem surgir ao longo da análise da denúncia.

O julgamento foi encerrado com o relatório de Barbosa. Em quase uma hora, ele fez uma leitura técnica de seu relatório, com os principais pontos da denúncia e as alegações dos acusados. Ele citou nominalmente todos os 38 réus, lembrando os crimes imputados a cada um deles.

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