Início Saiu na imprensa Empréstimos do Rural eram ‘contribuição modesta’ ao esquema, diz Gurgel

Empréstimos do Rural eram ‘contribuição modesta’ ao esquema, diz Gurgel

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou que os empréstimos feitos no Banco Rural não foram feitos para serem pagos pela SMPB ou pelo PT. Segundo ele, o banco fez a ação para obter vantagens junto ao governo. Gurgel estimou que o Rural poderia obter vantagem de R$ 1 bilhão na pressão que fazia junto ao Banco Central em relação à liquidação do banco Mercantil. O Rural teria feito o empréstimo para obter o apoio do governo federal, em especial do ex-ministro José Dirceu.

“O ganho do Banco Rural com o levantamento da liquidação superaria a casa do bilhão. Nota-se que foi uma contribuição exageradamente modesta”, ironizou o procurador, que destacou ainda a atuação do ex-ministro para anteder ao interesse do banco: “José Dirceu está rigorosamente em todas”.

Ele destacou que não existiam garantias suficientes para a concessão dos empréstimos de R$ 32 milhões feitos à SMPB com aval de integrantes da cúpula do PT, como o ex-presidente José Genoíno e o ex-tesoureiro, Delúbio Soares. Gurgel diz que análise do Banco Central mostraria que os tomadores do empréstimo e os avalistas teriam uma classificação com a letra H numa escala que começasse pela letra A.

“O banco não tinha preocupação de receber, por isso não se preocupava com as garantias e os tomadores não tinham intenção de pagar”, diz o procurador.

São réus no processo por atuação no Banco Rural a ex-presidente Kátia Rabello, os ex-diretores José Roberto Salgado e Ayanna Tenório e o ex-gerente Vinicius Samarane. Rabello é ainda é acionista do banco e Samarane diretor. Os outros dois deixaram a instituição.

Gurgel observou ainda que o caso do BMG, onde também foram realizados empréstimos que abasteceram o esquema, não está no caso por haver um processo sobre o tema na justiça de Minas Gerais.

Financeiros da SMPB. O procurador já destacou também a atuação de Geysa Dias e Simone Vasconcellos, responsáveis pela área financeira da SMPB. Geysa era responsável por encaminhar ao Banco Rural as ordens para o saque, tendo também retirado recursos em espécie. Ela também estaria envolvida no envio de recursos para contas de Duda Mendonça no exterior relativos à campanha presidencial do PT de 2002.

Em relação a Simone, o procurador destacou que ela também realizou vultuosos saques, um deles no valor de R$ 650 mil no qual teria solicitado auxílio de um carro forte. Ela teria entregue recursos a outros envolvidos no escândalo, como tesoureiros de partidos.

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