Início Saiu na imprensa Julgamento do mensalão completa uma semana com defesa de pepistas

Julgamento do mensalão completa uma semana com defesa de pepistas

Após uma semana do início do julgamento do mensalão, o STF (Supremo Tribunal Federal) ouve nesta quinta-feira (9) a defesa de réus ligados ao PP.

Pelo cronograma do julgamento, falam hoje os advogados de deputado federal Pedro Henry (PP-MT), do ex-deputado e presidente da sigla Pedro Corrêa (PP-PE) e o ex-assessor do deputado José Janene (PP-PR), João Cláudio Genu. Janene morreu em 2010.

Henry era líder do PP na Câmara e, segundo a Procuradoria-Geral da República, atuou em conjunto com os colegas de bancada José Janene e Pedro Corrêa, então presidente da legenda. Os três teriam recebido, entre 2003 e 2004, R$ 2,9 milhões a serem distribuídos entre políticos da sigla para votarem a favor do governo.

Henry chegou a ter processo de cassação do mandato julgado pelo plenário da Câmara. Foi absolvido, mas responde no Supremo por crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro

Já Corrêa teve o mandato cassado em 2006 e responde pelos mesmos crimes.

Genu, que é filiado ao PP, é acusado pela Procuradoria por ter sacado R$ 1 milhão do valerioduto para o PP e também responde por formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Os ministros também ouvem a defesa de Henrique Pizzolato, ex-diretor de marketing do BB. Ele é acusado de receber R$ 336 mil do valerioduto e autorizar um adiantamento de R$ 73 milhões do fundo Visanet para a DNA, a agência de Marcos Valério que tinha contrato de publicidade com o banco.

O último a ser ouvido hoje será o advogado de Enivaldo Quadrado, que era sócio-proprietário da corretora Bônus Banval e é acusado de receber R$ 11 milhões do valerioduto para repassar o dinheiro a pessoas ligadas ao PP.

Segundo a Procuradoria, a corretora de Quadrada foi usada como intermediária para repassar parte do dinheiro para o PT e o PP.

A sessão está marcada para começar às 14h e será transmitida ao vivo pelo site da Folha e também TV Justiça (canal 53-UHF em Brasília), pela Rádio Justiça (104.7 FM em Brasília).

CRONOGRAMA

Os ministros dividiram a análise do caso em duas partes. A primeira começou no dia 2 de agosto com a exposição do caso, a acusação da procuradoria-geral da República e as defesas dos réus. Os ministros votarão na segunda parte, prevista para começar no dia 15 de agosto.

Na primeira parte, as sessões começarão às 14h e serão diárias. Na segunda parte, as sessões continuam com início às 14h, mas ocorrem apenas três vezes por semana, às segundas, quartas e quintas.

O cronograma foi estabelecido pelos próprios ministros, mas pode sofrer mudanças como atrasos, que podem correr com a votação de questões de ordem eventualmente levantadas por advogados dos réus.

Confira o calendário do julgamento

2 de agosto O primeiro dia de julgamento começou com a leitura do resumo relatório pelo ministro Joaquim Barbosa. Ricardo Lewandowski, revisor do caso, concordou com a análise de Barbosa. A leitura da acusação pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, estava prevista para a primeira sessão, mas os ministros atrasaram o cronograma discutindo longamente uma questão de ordem que pedia o desmembramento da ação. Depois de quase quatro horas de discussão, o plenário decidiu, com 9 votos a 2, que o processo continua no STF.
3 de agosto Com um dia de atraso, Roberto Gurgel leu a acusação preparada pela procuradoria-geral da República durante as cinco horas de sessão.
6 de agosto Os ministros começaram a ouvir as defesas dos 38 réus. Os primeiros acusados a serem defendidos foram, na ordem, são José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares, Marcos Valério Fernandes e Ramon Hollerbach.
7 de agosto Os ministros escutam as defesas dos réus Cristiano Paz, Rogério Tolentino, Simone Vasconcelos, Geiza Dias e Kátia Rabello. Cada advogado pode falar por até uma hora.
8 de agosto Os ministros escutam as defesas dos réus José Roberto Salgado, Vinícius Samarane, Ayanna Tenório, João Paulo Cunha e Luiz Gushiken.
9 de agosto Os ministros escutam as defesas dos réus Henrique Pizzolato, Pedro Corrêa, Pedro Henry, João Cláudio Genu e Enivaldo Quadrado.
10 de agosto Os ministros escutam as defesas dos réus Breno Fischberg, Carlos Alberto Quaglia, Valdemar Costa Neto, Jacinto Lamas e Antônio Lamas.
13 de agosto Os ministros escutam as defesas dos réus Carlos Rodrigues, Roberto Jefferson, Emerson Palmieri, Romeu Queiroz e José Rodrigues Borba.
14 de agosto Os ministros escutam as defesas dos réus Paulo Rocha, Anita Leocádia, Luiz Carlos da Silva, João Magno e Anderson Adauto Pereira.
15 de agosto Os advogados leem as últimas defesas, as dos réus José Luiz Alves, Duda Mendonça e Zilmar Fernandes. Em seguida, os ministros começam a votação, que começa com o voto do relator, Joaquim Barbosa, seguido pelo revisor, Ricardo Lewandowski.
16 de agosto O restante da votação segue a ordem inversa de tempo de casa. A primeira a votar é a mais nova nesta formação do Supremo, a ministra Rosa Weber. Seguida por Luiz Fux, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Cezar Peluso, Marco Aurélio e Celso de Mello. Como os ministros não tem tempo determinado para ler seus votos, o julgamento não tem prazo para terminar, podendo estender-se até setembro.

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