Início Saiu na imprensa Greve de servidores leva caos a aeroportos, vias e portos

Greve de servidores leva caos a aeroportos, vias e portos

A greve dos servidores federais ampliou ontem os transtornos à população provocando atrasos e muita irritação em portos, aeroportos, rodovias e avenidas importantes como a Rio Branco (Rio) e a Paulista (São Paulo).No aeroporto de Cumbica (Guarulhos), operação-padrão de policiais federais gerou filas na imigração, dezenas de voos atrasados e passageiros deixados para trás.

Com operação-padrão, Cumbica atrasa 1/3 dos voos internacionais

De tão extensas, as filas dos terminais 1 e 2, um de cada lado do aeroporto, separados por mais de 1 km, por pouco não se encontravam.

Quem estava lá teve que esperar, como o veterinário chileno Diego Sangeado, 55, que perdeu o voo para Santiago e a conexão da capital chilena para o México, onde trabalha. “Vou ter que procurar a companhia aérea. Não tem jeito.”

Um voo da TAP para Lisboa decolou sem 13 passageiros que estavam na fila. Outro da Lufthansa tinha 30 na fila a 10 minutos de sair. A partida foi adiada em meia hora.

Um garoto português de 13 anos, que passava férias no Brasil, só conseguiu embarcar porque a família pediu ajuda ao presidente do sindicato dos agentes federais.

A greve da PF também provocou filas em aeroportos de Brasília, Rio (Galeão), Porto Alegre, Fortaleza, Curitiba, Belo Horizonte e Manaus.

Também afetou a emissão de passaportes, que foi reduzida a quase zero no Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás, Minas Gerais e Pernambuco. Em São Paulo, a estimativa é de queda de 30% na emissão de passaportes no Estado, cuja média diária é de 2.000.

TRÂNSITO

De manhã, servidores fecharam as quatro pistas da avenida Rio Branco, uma das principais do centro do Rio.

À tarde, grevistas interditaram as duas faixas da direita da avenida Paulista, no sentido Consolação. “Acho nada a ver eles atrasarem o nosso lado para adiantar o deles”, afirmou o técnico Marcos Rodrigues, 30.

Protestos de policiais rodoviários federais provocaram congestionamentos em várias rodovias do país, como em Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e Santa Catarina.

Em Foz do Iguaçu (PR), o pátio do porto seco estava com lotação 25% superior à sua capacidade. Outros mil caminhões estavam na fila.

“Falta habilidade política ao governo. Estamos sentados em cima de um barril de pólvora”, diz o empresário Mário Camargo, diretor Acifi (associação comercial local).

PORTOS

Os principais portos brasileiros foram afetados por manifestações de funcionários de três órgãos: Polícia Federal, Receita Federal e Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Em Santos, reforço na fiscalização por policiais atrasou o movimento de cargas, causando filas de navios e acúmulo de contêineres.

No Rio Grande do Sul, a entrada de milhares de veículos vindos da Argentina foi afetada com o protesto no porto de Rio Grande.

No Porto de Suape (Pernambuco), liminar judicial autorizou navios a atracar mesmo sem a liberação da Anvisa. Em Natal, empresa que teve 300 toneladas de atum retidas foi à Justiça para conseguir a liberação.

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