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Deputados reprovam tentativa da defesa de réus do mensalão de questionar existência do esquema

Os deputados William Dib (SP) e Raimundo Gomes de Matos (CE) rechaçaram nesta sexta-feira (10) a estratégia utilizada pelos advogados dos réus do mensalão. A semana foi marcada por discursos da defesa negando a existência de pagamentos de propina e reconhecendo apenas a ocorrência de caixa dois. Até mesmo a atribuição de crimes a suspeitos já falecidos tem feito parte das teses apresentadas na tentativa de livrar os mensaleiros.

Na avaliação dos tucanos, a defesa não obterá êxito, pois as provas apresentadas pelo Ministério Público são contundentes. Os deputados acreditam que existe uma intenção de deixar dúvidas na opinião pública sobre a existência do mensalão, mas a sociedade tem consciência de que o esquema de compra de apoio no Congresso com uso de recursos públicos foi real.

Segundo o ex-procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza, responsável pela denúncia do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), as defesas estão empenhadas em provocar dúvidas sobre a existência do esquema. No entanto, ele lembra que tanto na denúncia quanto nas alegações finais do Ministério Público, existem evidências “certas e determinadas” da compra de apoio político.

“Os advogados são pagos para isso, para inventar e colocar propostas que sirvam para defesa de seus contratantes. Mas é difícil acreditar que isso cole”, afirmou Dib. Conforme lembrou, até o ex-presidente Lula pediu desculpas pelo escândalo. “Se o presidente pediu desculpa pelo que o PT fez, como se pode chegar a achar que o mensalão não existiu ou que foi apenas caixa dois?”, questionou. Em 2005, o atual ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, também admitiu a existência do esquema em entrevista à “Veja”.

Gomes de Matos também confia na seriedade do Supremo e em um julgamento isento. “Não acredito que o STF vai entrar na onda desses advogados que estão a serviço da corrupção. Os vários segmentos da população estão indignados com essa articulação combinada pela defesa”, afirmou. “Acho que a categoria está estarrecida com esses advogados que afirmam que fazer caixa dois e mensalão é coisa normal e que ninguém precisa ser punido”, completou.

Conforme observou a “Agência Estado”, além da tese de que os pagamentos de propina não existiram, desde o início do julgamento os defensores têm recorrido rotineiramente a pessoas mortas ao questionar pontos da acusação formal da Procuradoria-Geral da República e alegar inocência de seus clientes. Um ex-dirigente de banco, um ex-presidente de partido e um ex-líder de bancada formam o grupo de citados já falecidos.

 

 

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