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João Paulo diz que revés não barrará candidatura

O candidato do PT à Prefeitura de Osasco, deputado João Paulo Cunha, réu no processo do mensalão, reuniu-se com alguns de seus principais aliados nos últimos dois dias e decidiu que, neste momento, não renunciará à disputa. Embora trabalhe com a possibilidade de ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal, João Paulo avalia que não se beneficiaria com a renúncia.

Na quarta-feira, 22, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou não haver um plano B para a sucessão em Osasco porque o partido acredita que o deputado será inocentado pelo Supremo.

João Paulo participou de encontros com deputados federais do PT paulista, em Brasília, na terça-feira, 21. No encontro, foi feito um balanço sobre a situação jurídica do parlamentar, acusado de peculato, lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

O deputado e os colegas de bancada avaliaram que, no caso de condenação, a depender das penas, certos crimes, como o de peculato, poderiam estar prescritos. Além disso, João Paulo e seus advogados analisam a hipótese de apresentar recurso ao próprio STF caso ele não seja inocentado, o que adiaria a questão para o ano que vem e lhe daria tempo para disputar a eleição e trabalhar na sua defesa.

“Eu e vários deputados fomos perguntar o que ele está pensando em relação à eleição dele. Não tem esse negócio de retirar a candidatura”, revelou o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), um dos que conversaram com o candidato. “Eu imaginava que ele pudesse estar abatido, mas ele não perdeu a esperança de que será absolvido e de que será o candidato a prefeito de Osasco.”

Na quarta, o revisor do processo do mensalão, ministro Ricardo Lewandowski, começou a ler seu voto, que inclui a atuação de João Paulo no caso, mas não chegou na parte sobre o candidato.

A avaliação de aliados é a de que João Paulo, que oscila entre a liderança e o terceiro lugar em pesquisas locais, não teria a ganhar com uma renúncia neste momento.

Grupos. O vice de sua chapa, Jorge Lapas (PT), cotado para assumir a vaga caso João Paulo desista, não é do grupo do candidato, mas aliado do atual prefeito Emídio de Souza. Um exemplo de que o candidato não pretende abrir mão da candidatura, dizem os aliados, é o fato de o próprio João Paulo não trabalhar por um novo vice, alguém que seria ligado a seu grupo, como plano B.

Petistas avaliam que o deputado rechaçaria a possibilidade de Lapas sucedê-lo como cabeça de chapa e afirmam que uma eventual mudança teria de ser arbitrada pela direção nacional do partido e pelo ex-presidente Lula.

Até agora, no entanto, o PT nacional não se debruçou sobre o tema. Um emissário deve ir a Osasco até sexta-feira, 24, para conversar com João Paulo.

Nos setores do PT que entendem que o candidato deveria deixar a disputa, até agora nenhum integrante colocou o assunto na mesa. “Ninguém quer assumir esse papel”, diz um correligionário. Nessa ala há uma torcida para que o próprio João Paulo abra mão da disputa.

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