Ao anunciar o posicionamento do PSDB a respeito dos fatos revelados na última edição da revista “Veja”, em que é denunciada a participação do ex-presidente Lula no escândalo do mensalão, o Líder Alvaro Dias afirmou que os partidos de oposição aguardarão o encerramento do julgamento do mensalão para protocolar representação na PGR pedindo abertura de inquérito e investigação das denúncias. Na sessão plenária desta terça-feira, 18, o senador tucano leu nota assinada pelos presidentes do PSDB, Sérgio Guerra, DEM, José Agripino, e PPS, Roberto Freire, em que defendem a apuração do caso.
“Assim que o Supremo Tribunal Federal concluir o julgamento em curso, a oposição protocolará representação junto ao Procurador-Geral da República, para que os procedimentos sejam instaurados, o inquérito aberto, a fim de que se investiguem os fatos revelados pela revista Veja. A oposição não protocolará representação agora porque não quer criar fato algum que possa ser utilizado, durante o julgamento do Mensalão, não quer criar impasse, não quer trazer à baila fatos que possam ser explorados juridicamente pelos réus”, disse o senador.
Na nota lida pelo Líder do PSDB, os presidentes dos partidos de oposição exigem explicações imediatas do ex-presidente Lula a respeito das revelações feitas pela revista Veja. Sergio Guerra, José Agripino e Roberto Freire dizem estranhar o “silêncio ensurdecedor de Lula”, que, para eles, deveria ser o maior interessado em prestar esclarecimentos sobre os fatos que o envolvem diretamente. Os dirigentes afirmam ainda que apesar de Lula já não estar mais no comando do País, ele não pode se eximir das responsabilidades pelo período em que governou o Brasil.
Após ler a nota, o Líder do PSDB disse esperar que a partir do julgamento do escândalo do mensalão no Supremo, possa haver no País uma mudança no comportamento dos políticos brasileiros. Para Alvaro Dias, é preciso que a classe política e o eleitor brasileiro condenem o modelo de promiscuidade que gerou o mensalão.
“O mensalão é o símbolo desse modelo de gestão, que estabelece uma relação de promiscuidade em nome da governabilidade. Entendem ser possível rimar governabilidade com promiscuidade. Instalam o balcão de negócios a pretexto de garantir governabilidade no País e loteiam o Estado brasileiro entre os partidos e políticos cooptados, para que integrem a base de sustentação política de quem governa. Esse modelo instalado no Governo da União foi transplantado para Estados e Municípios brasileiros. É um modelo perverso, que esgota a capacidade de investimento público, que debilita as finanças públicas do País, que retira a energia financeira da Nação”, afirmou o senador tucano.
Denúncias não surpreendem
Ainda no Plenário, o senador Alvaro Dias afirmou que as denúncias divulgadas pela revista “Veja” não são surpresa para ele, e voltou a mencionar o voto em separado que apresentou ao final dos trabalhos da CPI dos Correios, propondo o impeachment de Lula por crime de responsabilidade. Segundo o senador, a relação de promiscuidade que se estabeleceu entre as esferas pública e privada no governo de Lula, em uma teia de ramificações ilícitas, foi devidamente desmascarada no oferecimento da denúncia pela PGR e nas investigações que ocorreram desde então.
“A responsabilidade maior do presidente da República é garantir o que está previsto na Constituição. Lula violou frontalmente o juramento feito ao Congresso, de defender e cumprir a Constituição, observar suas leis, promover o bem geral do Brasil. O Presidente menosprezou a importância do seu cargo. Ficou comprovado o desinteresse e a ausência de iniciativa de Lula para preservar a probidade de seu governo. Mas o retorno às manchetes da participação de Lula no mensalão reaviva a indignação diante dos desmandos éticos que se incorporaram ao cotidiano nacional. O esgarçamento e a deterioração dos valores éticos precisam ser interrompidos. A nação está fatigada de tanta corrupção”, concluiu o senador Alvaro Dias.
Com informação da Liderança do PSDB no Senado