Início Bancada Após intenso debate, plenário da Câmara aprova redistribuição de royalties do petróleo

Após intenso debate, plenário da Câmara aprova redistribuição de royalties do petróleo

Aprovado pela Câmara projeto de lei que redistribui os royalties do petróleo entre estados e municípios produtores e não produtores

O plenário da Câmara aprovou o projeto de lei que redistribui os royalties do petróleo entre estados e municípios produtores e não produtores nesta terça-feira, 6. O texto do Senado ao PL 2565/11 recebeu 286 votos favoráveis e 124 contrários, em detrimento do relatório do deputado Carlos Zarattini (PT-SP). A votação foi marcada por polêmica e intenso debate. O PSDB votou a favor da proposta e liberou as bancadas do Espírito Santo, do Rio de Janeiro e de São Paulo. A matéria segue para sanção presidencial.

“Essa é uma das matérias mais importantes desta legislatura. O PSDB buscou, durante todo o tempo, avançar na democratização desses recursos. Há de compreender a situação das bancadas do ES, do RJ e de SP, mas vamos votar com os prefeitos do Brasil, para que os recursos sejam distribuídos”, afirmou o líder tucano na Casa, Bruno Araújo (PE).

O texto ratificado em plenário reduz de 30% para 20% os royalties destinados à União. Pela proposta, os estados produtores deixam de receber os atuais 26,25% dos royalties, passando para 20%. A fatia dos municípios produtores cai de 26,25% para 15% em 2013 e 4% em 2020. Estados não produtores saem dos atuais 7% para 21% em 2013, chegando a 27% em 2020. A parcela dos municípios não produtores também cresce: dos atuais 1,75%, passam a 21% em 2013 e 27% em 2020.

O deputado Domingos Sávio (MG) comemorou o resultado. De acordo com ele, os recursos devem gerar riqueza para o povo brasileiro e ser distribuídos democraticamente. “Mais uma vez esta Casa cumpre uma missão histórica, com equilíbrio, seriedade e responsabilidade. É preocupação de todos que os estados produtores tenham mecanismos de compensação, mas o Brasil inteiro vem reclamando por justiça na distribuição dos royalties. A Câmara votou para que o país possa usufruir dessa riqueza que é de todos.”

Já o deputado César Colnago (ES) protestou. Na opinião do tucano, o texto fere a Constituição. “Como capixaba eu lamento muito. A gente respeita a decisão do plenário, mas a maioria não significa a legalidade. A inconstitucionalidade está sendo cometida nesta Casa hoje. A distribuição pode ser mais justa, mas não da forma que a Câmara encaminhou”, ressaltou.

Otavio Leite (RJ), por sua vez, ressaltou que o novo rateio retira dos estados e municípios produtores para dar aos não produtores. Para ele, a proposta não resolve o problema da concentração de recursos da União. “Não se teve a coragem de tirar do primo rico, a União, que prossegue recebendo a maior parte dos royalties. Aqui falou-se  de vários municípios que precisavam de socorro, mas o remédio aplicado acabou de decretar a falência de inúmeros municípios do Rio de Janeiro. Procurou-se fazer caridade com o chapéu alheio”, ponderou.

O parlamentar disse esperar que a presidente Dilma vete o projeto. “Estamos de acordo que todos recebam, mas o que está se suprimindo é um absurdo. Pedimos bom senso à presidente para que ela possa vetar essa proposta e o debate seja retomado em outra dimensão”, destacou.

→ Os royalties são um percentual do lucro obtido pelas empresas que exploram petróleo pago à União, aos estados e aos municípios como forma de compensação pelos impactos e danos ambientais.

→ A versão do Senado não destina royalties para áreas específicas, como educação ou saúde. O relatório da Câmara previa 100% dos recursos para a educação.

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