O prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), iniciou a montagem de seu secretariado com a nomeação de pessoas que compuseram o governo Marta Suplicy (2001-2004), última gestão petista na capital paulista. Além disso, sinaliza a indicação de integrantes de partidos como PV e PSD, que estavam na coligação de José Serra (PSDB) na disputa municipal. Para o vereador paulistano Floriano Pesaro (PSDB), a situação sugere contradições entre adotado na campanha – caracterizado por promessas de renovação na gestão – e sua prática administrativa.
“Os primeiros nomes indicados por Haddad mostram uma preocupação em indicar grupos políticos influentes no PT paulista, como as famílias Tatto e Zarattini [Jilmar Tatto e Carlos Zarattini, deputados federais, são especulados no secretariado petista]. É o resgate de lideranças que caracterizaram a gestão Marta, uma volta a um passado que não gostaríamos de reviver”, disse o vereador.
O parlamentar definiu também a possível adesão de PV e PSD à nova administração como “algo que, de certo ponto, é um estelionato eleitoral”. “São grupos que passaram toda a eleição ao lado da social democracia, do nosso projeto para a capital. E já sugerem que estarão do outro lado. Mostram, assim, que têm mais apego ao poder do que a ideais”, declarou.
O petista confirmou, na segunda-feira (13) a nomeação de Fernando de Mello Franco (Desenvolvimento Urbano), Marcos de Barros Cruz (Finanças), Antonio Donato (Governo), Luís Fernando Massonetto (Negócios Jurídicos) e Leda Paulani (Planejamento, Orçamento e Gestão). Os três últimos atuaram na gestão de Marta Suplicy. A nomeação de Antonio Donato, eleito vereador em outubro, possibilita também a manutenção de Wadih Mutran (PP) na Câmara de Vereadores – histórico aliado do ex-prefeito Paulo Maluf, ele não havia obtido votação suficiente para manter seu mandato no parlamento, ficando como suplente na inusitada coligação entre malufistas e petistas.