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Não vale a pena ver de novo

A faxina supostamente iniciada pela presidente Dilma Rousseff parece não ter chegado à cozinha do Planalto. Nesta semana, a Polícia Federal encontrou novos indícios de que os ratos continuam a rondar as dependências do Palácio mais importante do país. A Operação Porto Seguro desbaratou mais um grupo de amigos da tropa petista muito ligada a fazer “malfeitos”, desta vez, segundo a investigação, vendendo pareceres das agências reguladoras a quem estivesse interessado em burlar a burocracia (e as leis) tupiniquins.

Entre os principais envolvidos, a toda poderosa chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo,  Rosemary Noronha, diretores da ANA (Agência Nacional de Águas) e da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), além do advogado-ajunto da União, José Weber Holanda – todos demitidos ou afastados do cargo depois do estouro do escândalo.

A operação da PF colocou luz sobre outra figura obscura na órbita petista: Rosemary Noronha, chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo e que, por 12 anos secretariou José Dirceu (condenado por chefiar a quadrilha do Mensalão) e, posteriormente, foi adotada por Lula e com ele viajou por mais de 20 países com passaporte especial e com quem manteve bastante contato – 122 chamadas telefônicas, segundo a Polícia Federal. A toda poderosa dizia ser muito próxima ao ex-presidente e conseguiu até nomear dois diretores de agências reguladoras. Como outros personagens bem próximos a Lula e José Dirceu, Rosemary foi indiciada pela Polícia Federal por corrupção ativa.

Coincidência enorme, mais uma vez o enrosco do PT se dá às barbas de Lula e agora da presidente Dilma Rousseff. Eles, claro, não sabiam de nada e “tomaram as medidas necessárias para afastar os malfeitores”. Resposta padrão, mas que não sana as dúvidas de todos nós, brasileiros. Como pode uma pessoa passar tantos anos tão próxima a alguém sem que sequer haja uma desconfiança sobre sua índole ou o caráter de seu trabalho?

A nós da oposição cabe fiscalizar e ouvir as histórias cabeludas que os envolvidos na operação têm a contar. Nossos parlamentares, como os deputados Mendes Thame, Carlos Sampaio, Vanderlei Macris, Duarte Nogueira e o senador Alvaro Dias, já protocolaram requerimentos junto à Comissão de Constituição e Justiça para que esse não seja mais um bem sucedido esquema de corrupção petista que passa batido.

Mais uma vez, ao que tudo indica, a faxina de Dilma Rousseff não passou de uma tiradinha de pó para disfarçar a sujeira escondida pelo PT na esfera federal. Como todos sabem, faxina bem feita é aquela em que se arrastam os sofás e tiram os tapetes da sala para que toda a sujeira acumulada seja, de fato, retirada.

O que está acontecendo agora é uma reprise do ano passado, quando eram demitidos ministros mensalmente. À época, Dilma fingiu combater à impunidade e os petistas imprimiram nela a imagem de ‘durona’, mas para quem conhece o DNA petista sabe que ainda aparecerão mais Dirceu’s, Rosemary’s, Delubio’s, Palocci’s e outros ‘aloprados’. Esse tipo de episódio é corriqueiro na administração federal há dez anos, mas nós brasileiros não merecemos ver isso de novo.

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