Opinião João Gaião
A cada dia fica mais evidente que o presidente Lula cometeu alguns erros na sua estratégia para a sucessão ano que vem. Com uma candidata petista sem carisma e mais dois candidatos a base governista Ciro Gomes e Marina Silva disputando a presidência o que pode mudar se Ciro sair candidato a governador por São Paulo.
Com esse quadro José Serra que já era o preferido nas últimas pesquisas fica mais favorito ainda, desde que claro o PSDB não cometa erros do passado.
O governo do presidente Lula vai tentar levar a disputa sucessória para uma espécie de plebiscito, essa é na verdade a única estratégia que o PT tem. Foi essa mesma estratégia que Duda Mendonça usou , marqueteiro de Lula na eleição de 2002, e que também, foi usada na campanha de 2006 com o marqueteiro João Santana, cria de Duda.
Lula quer através desse plano engenhoso e maquiavélico, a comparação entre seus oito anos de Governo com os de Fernando Henrique. Lula não quer avaliar seu governo, Lula por Lula, ele quer comparar com o de FHC que já aconteceu há oito anos, e que governou o país em outra situação contextual, tanto a nível nacional como mundial. E ainda é preciso lembrar que FHC não tem a mesma visibilidade que tem o Governo Lula por motivos óbvios.
Fica evidente que a estratégia de marketing e comunicação do PT é de transformar Lula e seu Governo em vitoriosos, Lula sempre aparece como um herói Deus no céu e Lula na terra – Lula encarna esse fato sem se fazer de rogado, ao contrário explora ao máximo o populismo adquirido com sua expressiva popularidade. -O poder do mito”. O que as pessoas infelizmente não percebem é que o fato de um governo ser popular não quer dizer que seja bom.
Eu já ia fugir do tema, que é: o marketing petista transformar Lula em um vitorioso, onde tudo parece dar certo onde Lula coloca a mão a coisa acontece. Basta olhar como o governo explora o fato do país crescer, a diminuição da pobreza, o pré-sal, e de sobra, ainda trazer a copa e as olimpíadas de 2016 para o Brasil.
Mas para a estratégia de marketing do PT dar certo, é preciso criar o Lobo mal da história, nesse caso o PSDB e mais propriamente o governo FHC, que o PT vai mostrar como o responsável pelas privatizações que ninguém viu o dinheiro, que reduziu o patrimônio do país, entregando ao capital estrangeiro. Podem ter certeza que a Vale será citada.
Ou seja, Lula vai mostrar os supostos erros do governo FHC, maquiando a informação. Não vai falar que foi seu maior triunfo encontrar o país com a moeda estável, não vai falar dos benefícios da privatização da telefonia principalmente no que se refere a sua expansão, e por aí vai.
Todo o que Lula fez, vejam bem, tudo, foi plantado no governo FHC, se Fernando Henrique não tivesse dado o pontapé inicial Lula estaria em uma grande roubada e talvez saísse do governo como o pior presidente que o Brasil já teve. Lula nunca vai reconhecer isso.
Por tudo isso Lula quer uma disputa de comparação, plebiscitária. O que é uma pena, pois não vai se discutir o que de fato de certo ou errado em seu governo, a eleição será nivelada por baixo, com ataques mais adjetivos do que de conteúdo.
Sobre o ponto de vista ideológico, Lula ainda reacende um antigo problema que já começa a ser superado por vários países europeus, a disputa entre esquerda e direita. A muito se fala que isso não existe mais – esquerda e direita o que existe é bom governo ou não.
Lula ainda disse que faltam alguns meses para campanha, (o que não é verdade a campanha pra ele já começou) ainda a tempo de amadurecer um candidato único do governo. (Sabemos disso, Zé Dirceu está empenhado em resolver essa equação).
A eleição serve para que o povo vote e escolha seus governantes de maneira isenta e espera-se que esse povo saiba escolher (votar) naquele que melhor trabalhe pela coisa publica. Mas não sei se em uma eleição que pode virar plebiscitária o povo terá condições de escolher quem é o melhor para o país.
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