
O líder da Minoria na Câmara, Antonio Carlos Mendes Thame (SP), e o deputado Antonio Imbassahy (BA) defendem a apuração das novas denúncias do empresário Marcos Valério reveladas pelo jornal “O Estado de S. Paulo”. Segundo a reportagem, Valério afirmou em depoimento à Procuradoria Geral da República que Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil, e Ivan Guimarães, ex-presidente do Banco Popular do Brasil, criaram um pedágio para alimentar o caixa do PT.
De acordo com a denúncia, os dirigentes estabeleceram que 2% do valor dos contratos das agências de publicidade com os bancos teriam que ir para o partido. Mendes Thame acredita que o caso reforça o poder deletério do “Lulo-petismo”. “Isso deve ser investigado para saber se é verdade ou não. Portanto, é algo absolutamente mensurável que dá origem ou não a provas concretas e robustas para a acusação”, disse.
Para o líder da Minoria, será um crime se as revelações não forem apuradas. “Seria uma monstruosidade se deixássemos de investigar essas denúncias tão claras e específicas a respeito da participação, do conhecimento e do comando do ex-presidente Lula no que se refere ao mensalão”, afirmou. De acordo com Mendes Thame, os fatos mostram que o PT tinha certeza de que estava acima da lei.
Na avaliação de Imbassahy, é importante que o ex-presidente Lula dê esclarecimentos à nação. “Ele deveria tomar conhecimento detalhado dessa situação e esclarecer. Porque na medida em que os fatos não são elucidados e as informações também não chegam, vai ficando muito constrangedor para o ex-presidente”, ressaltou.
Imbassahy disse ainda que é uma situação constrangedora e triste, pois no passado o PT pregou seriedade e agora é revelado que não passou de mero discurso demagógico. “Imaginar que um partido feito o PT, que no passado se apresentava aos olhos da nação como um partido que pregava a ética, a moral e os bons costumes, agora está sendo enxovalhado por essas denúncias”, opinou.
O Estadão revela ainda que em 2003, primeiro ano do governo Lula, a DNA Propaganda, de Marcos Valério, renovou o contrato com o Banco do Brasil. O gasto com publicidade era de R$ 152,8 milhões. Segundo o Ministério Público Federal a renovação teria rendido a Henrique Pizzolato, condenado no processo do mensalão, mais de R$ 300 mil. Entre março de 2000 e junho de 2005, a agência respondia por 39,77% da verba publicitária do BB.