Início Destaque Lateral Home Tucanos rebatem declarações de Dirceu e reiteram apoio ao STF

Tucanos rebatem declarações de Dirceu e reiteram apoio ao STF

Brasília – Parlamentares do PSDB reagiram às declarações do ex-ministro José Dirceu – condenado a 10 anos de reclusão por protagonizar o esquema do mensalão – que voltou a considerar o julgamento que o condenou como “político”, definiu a imprensa como responsável por sua sentença e afirmou que uma de suas prioridades para 2013 é apoiar o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), no embate que o deputado planeja travar com o Supremo Tribunal Federal (STF).

Dirceu disse, em evento promovido na segunda-feira (17) pelo Sindicato dos Engenheiros de São Paulo, que “agora o importante é reforçar o Marco Maia e, depois, é hora de ir para a rua”. Já em em cartão de Natal enviado a simpatizantes, o ex-ministro se declarou “vítima inocente de um julgamento que, em muito pouco tempo, será citado em livros e em salas de aula como exemplo a ser apagado da História de nosso Direito”.

Na avaliação dos tucanos, o julgamento do mensalão será, sim, citado em salas de aula, mas no sentido oposto – como exemplo de um processo em que se respeitou o direito de defesa dos acusados e que possibilitou a condenação de integrantes de uma classe que, até pouco tempo, parecia distante de ser submetida à lei. É o caso do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). “Foi um julgamento que não levou em conta a situação de privilégios de políticos, de pessoas que exercem posição de poder no país”, observou.

Para o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), a reação dos petistas ao resultado final podem gerar na população uma certa desconfiança na credibilidade do Supremo. “O PT está hostilizando um trabalho feito com bastante critério por muito tempo”, rebateu.

Dirceu, o líder – A manutenção do status de José Dirceu como uma das principais lideranças do PT – o que chega a contrariar o estatuto do próprio partido, que previa a expulsão da legenda de filiados que foram condenados por instâncias superiores – foi também alvo de críticas. “Cada partido tem o direito de ter como líder que seja conveniente. O complicado, no caso do PT, é que seus principais líderes foram condenados ”, argumentou Ribeiro.

Na opinião do deputado federal Bruno Araújo (PSDB-PA), os atos recentes do ex-ministro revelam a maneira como os petistas concebem o poder: como algo a ser alcançado a todo custo, ainda que leis sejam infringidas. O líder do PSDB na Câmara ironizou as declarações do ministro Gilberto Carvalho, que pediu à população que compareça às ruas em defesa do partido diante do momento turbulento vivido. “Me fez lembrar quando o [então presidente Fernando] Collor pediu que a população vestisse verde e amarelo”, declarou. Na ocasião, em resposta, multidões foram às ruas de diferentes cidades do país trajando roupas pretas wem defesa do impeachment.

Cassação – Os congressistas tucanos reafirmaram, ainda, a postura de respeitar a decisão do Supremo em relação à cassação dos parlamentares condenados pelo mensalão. O tema gerou controvérsia na própria Corte – a tese da cassação venceu em uma decisão apertada, por cinco votos a quatro – e, na Câmara, o presidente Marco Maia declarou que oferecerá resistência. “É o Supremo que toma a decisão quando há dúvidas sobre a Constituição. Cabe, nesses casos, ao Judiciário a palavra final. E os outros poderes não podem se insurgir contra aquele órgão”, sentenciou Mendes Thame (PSDB-SP), líder da Minoria na Câmara.

O senador Cyro Miranda (PSDB-GO) comentou que a contestação é uma defesa em causa própria. “Só falta eles quererem que haja um indulto que beneficie os presos para que eles votem no plenário. É uma afronta.”

Já o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), definiu a oposição de Maia à decisão do Supremo como “infeliz, descabida e sustentável”, caracterizando a aliança do PT em torno do tema como “o desejo da prevalência da impunidade. Um parlamentar preso não pode representar a população de seu país”, concluiu.

Artigo anteriorPechincha que sai cara, análise do ITV
Próximo artigoSinal amarelo na economia