O governo da presidente Dilma Rousseff adotou uma tática de caráter duvidoso para desviar a atenção dos brasileiros no momento em que a economia do país atravessa um momento difícil e o Produto Interno Bruto (PIB) não deve ter um crescimento superior a 1,5%. O anúncio da redução na conta de energia vem atrelado a outras iniciativas para compensar a incompetência da equipe econômica, incluindo o já anunciado aumento da gasolina para o próximo ano, cujo aumento foi admitido pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, nesta quarta-feira (19).
O deputado federal Domingo Sávio (PSDB-MG) avalia que o estardalhaço feito pela gestão petista para a diminuição na conta de luz beira ao populismo. “O governo continua mostrando falta de planejamento. Diminuir o valor da conta energética é uma necessidade, mas o povo não pode cair nesse canto de sereia e achar que isso acontece por milagre”, destaca. Para ele, o aumento da gasolina é perigoso porque gera um efeito cascata. “Todos sabem que aumento de combustível é ingrediente poderoso para uma inflação descontrolada”, alerta.
A opinião do parlamentar é corroborada pelo secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal (PSDB). O governo federal continuou fechado ao diálogo e ainda politizou a questão, dizendo que éramos contra redução do preço da energia. Entretanto, desde ontem, Mantega está dizendo que vai cortar colocando recursos do Tesouro Nacional. De que adianta dar com uma mão e tirar com a outra?”, questiona.
O economista e professor da Universidade de Brasília (UnB) Roberto Piscitelli explica que o aumentou no valor da gasolina é uma questão sensível por ter um efeito disseminado. “Me parece um equívoco. O governo segurou esse aumento para ajudar no controle da inflação e, com isso, deixou de investir na Petrobras, causando uma perda na valorização patrimonial e na capacidade de capitalização da empresa. Agora, o impacto na inflação, provavelmente, seria menor se a variação no preço tivesse ocorrido aos poucos”, conclui.
