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Senadores do PSDB fazem um balanço de 2012

Senadores tucanos fazem balanço do ano

Senadores do PSDB fizeram um balanço do ano político e econômico em 2012, apontando a ausência de liderança da presidente da República, a crise econômica  e as dificuldades da oposição, e falaram sobre as perspectivas para o próximo ano.  Leia um pouco do que eles falaram e veja a entrevista completa nos vídeos:

Líder do PSDB senador Alvaro Dias (PR): “Tivemos um Congresso comprometido pelas eleições municipais e uma produção legislativa menor do que poderia ocorrer. Em termos de Brasil, a ausência de uma liderança do Executivo capaz de liderar conflitos. Há uma crise política no País, instituições em crise e um conflito de interesses entre unidades da federação, com a União concentrando exageradamente os recursos, não estabelecendo isonomia na partilha dos recursos arrecadados através da cobrança de impostos. Fica a impressão de que a presidente Dilma não tem aptidão para o exercício da liderança política e não encontrou auxiliares que possam compensar a sua ausência. Nós não tivemos a presença do Executivo no debate dos royalties, não estamos tendo a presença do Executivo no debate do pacto federativo. A conclusão deste ano demonstra que há uma relação comprometida do Legislativo com o Executivo, que está colocando em risco inclusive a relação entre os poderes, porque o Supremo Tribunal Federal acaba interferindo no processo legislativo. O Congresso é um almoxarifado do governo, porque é submisso em relação ao sistema implantado que é o de balcão de negócios. Esta é a tragédia brasileira: um sistema promíscuo com um Congresso desequilibrado na representação popular e evidentemente deixando muito a desejar. A energia financeira do Estado é comprometida por uma estrutura agigantada que atende o apetite fisiológico e oportunista dos que apoiam o governo. O governo gasta fortunas com publicidade e vai limitando a sua capacidade de investir. Não faz as reformas e com isso o País patina economicamente. O Brasil é um país extraordinário, de potencialidades incríveis, e que vem crescendo menos do que países com maiores dificuldades do que as nossas. A razão para isso é a incompetência de gerência,  e nós estamos inibindo a capacidade de investir dos empresários e com isso inibindo o crescimento econômico do País”.

Senador Aécio Neves (PSDB/MG): “Eu dividiria este ano de 2012 em três aspectos bem distintos. O primeiro deles certamente é a economia. Nós tivemos o pior ano deste século. O Brasil crescerá menos do que todos os países da América Latina com exceção do Paraguai; cresceremos menos do que a Europa mergulhada na pior crise da sua história. Este baixo crescimento é uma demonstração clara de que as medidas paliativas e setoriais do governo, não trouxeram os resultados necessários e só atendem a nichos setoriais e não ao conjunto da economia. O ano de 2012 conseguiu ser pior ainda do que o ano de 2011 pela absoluta ausência do governo de iniciativa em torno das grandes reformas. O governo agiu de forma reativa apenas buscando diminuir problemas e não tomando a iniciativa de enfrentá-los com reformas estruturais. Cada vez fica mais claro que o PT abdicou de ter um projeto ousado de País para se contentar a ter exclusivamente um projeto de poder. O segundo campo que merece uma análise específica é a infraestrutura. O Brasil não andou. O País ficou paralisado nestes últimos dois anos. O PAC, que é a grande propaganda oficial do governo, nunca teve um desempenho tão pífio. As parcerias com o setor privado não avançaram em razão da falta de convicção do governo sobre a sua eficiência. Os gargalos no setor de infraestrutura são os mesmos que tínhamos anos atrás. A marca da ineficiência e do intervencionismo mostra claramente o que o PT faz no País ao longo desses últimos dois anos. O terceiro aspecto desta análise é certamente positivo: o Brasil demonstrou no ano de 2012 que tem instituições sólidas, independentes e altivas e, a consagração maior deste cenário foi o julgamento do mensalão que demonstrou ao País inteiro que diferente do passado, em que todos nós acreditávamos que a impunidade era uma marca definitiva da vida brasileira, nós estamos assistindo avanços importantes nesta área. Os poderosos que agiram de forma irresponsável, que utilizaram dinheiro público para garantir a manutenção ou a eternização de um partido político no poder estão pagando caro por esses atos. Se de um lado a infraestrutura não avança, felizmente as instituições democráticas se mostraram absolutamente sólidas”.

Senador Cássio Cunha Lima (PSDB/PB): “Economicamente o Brasil vive uma fase preocupante porque todo o tripé de sustentação da nossa economia que foi implantada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso como, o câmbio flutuante, a meta inflacionária e o equilíbrio fiscal vêm sendo desperdiçado neste último período. A economia cresce em uma proporção extremamente modesta. Nós tivemos um pibinho e o governo não consegue mais fazer o câmbio flutuar, a meta inflacionária não é atingida e, no ajuste fiscal, nem mesmo o superávit primário vem sendo alcançado. Os sinais são muito preocupantes porque a partir deste cenário o governo passa a mudar a sua conduta fazendo um conjunto de intervenções na economia que assustam os investidores. O investimento privado está cada vez menor e o Brasil começa a entrar em uma rota preocupante para a sua trajetória econômica. No campo político nós tivemos momentos conturbados sobre vários aspectos e com uma tentativa de atingir a oposição com a CPI do Cachoeira. A CPI sempre foi um instrumento de minoria, mas o governo resolveu criar esta comissão de inquérito só para atingir governadores de oposição, atingir e inibir o procurador-geral da República e praticar vingança e revanche com revistas como a Veja. O governo não teve êxito com as suas ações e, por isso, o relatório do governo foi derrotado. Tivemos também outras denúncias graves sobre corrupção que apontam claramente a necessidade do Brasil aprimorar os seus sistemas de controle. Vamos esperar que o ano de 2013 seja melhor com o governo retomando a sua linha de coerência com as bases que foram criadas pelo governo do PSDB”.

Senador Flexa Ribeiro (PSDB/PA): “Fazer um balanço político e econômico de 2012 é uma análise que nos deixa muito triste e preocupado. O Brasil vai apresentar um crescimento do PIB inferior a todos os países da América do Sul com também da América Latina. Lamentavelmente o que nós estamos vendo é que todos os programas e as propostas do poder Executivo são midiáticos porque o governo faz lançamento quase que semanal no Palácio do Planalto do Programa de Aceleração do Crescimento, mas na realidade ele deveria ser chamado de Programa de Aceleração de Campanha. Nós não estamos vendo nenhum aumento na competitividade do País. Eu espero que o Brasil volte a crescer, mas em valores compatíveis com o crescimento dos outros países. Na questão política estamos vivendo uma ditadura da democracia: não se discute nada, não se permite emendar as propostas que vem do governo então é como se vivêssemos em um regime ditatorial imposto pelo poder Executivo ao Parlamento. O nosso trabalho que é o de legislar está sendo colocado em um plano inferior. Nós precisamos reagir. Em um princípio democrático, o governo precisa buscar uma sintonia com a oposição porque todos nós queremos a melhoria da qualidade de vida do povo brasileiro”.

Senadora Lúcia Vânia (PSDB/GO): “O Congresso Nacional teve alguns embates importantes na área política e o mais visível deles foi a CPI do Cachoeira. Foi um período difícil que a Casa. O resultado dos trabalhos desta CPI não foi aquele que a sociedade esperava e o Congresso Nacional precisa fazer uma reflexão em relação ao papel das CPIs. Em relação às medidas provisórias conseguimos algumas conquistas como, por exemplo, não permitir que elas venham repletas de penduricalhos, com temas que não dizem respeito à matéria original e, a criação de comissões especiais para analisar as medidas provisórias. Eu considero que a grande conquista política foi a criação dessas comissões especiais que garantiu a oposição fazer uma análise mais profunda das matérias. Eu espero que no ano que vem nós tenhamos a oportunidade de discutir um assunto que é de fundamental importância para nós: a reforma política”.

Senador Paulo Bauer (PSDB/SC): “O governo federal utilizou o ano de 2012 apenas para fazer a fotografia política de um governo que tenta mostrar ser bem sucedido, mas infelizmente nós todos aqui do Congresso e os brasileiros estamos constatando que não houve sucesso. Essa fotografia não é bonita, não é colorida e nem é o que desejamos para o País. Além de conhecermos novos escândalos no governo, não houve um crescimento econômico razoável porque os projetos e os programas que o governo anuncia não saem do papel com a mesma velocidade que os preconiza. Além disso, nós constatamos que o governo continua praticando o fisiologismo ao nomear pessoas, fazer acordos políticos com derrotados nas eleições, trazer propostas para o Congresso Nacional na forma de medidas provisórias e, com isso, impor a sua vontadesem aceitar qualquer sugestão da oposição ou mesmo de aliados. O governo é quase imperial. No âmbito político, o que tivemos de bom e de positivo neste ano foi o processo eleitoral nos municípios feito de forma democrática e o PSDB teve um bom desempenho nas eleições. E nós também não podemos esquecer que também tivemos de positivo o julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal”.

Da Liderança do PSDB no Senado 

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