Brasília – Na avaliação dos deputados federais tucanos Antonio Imbassahy (BA) e Vaz de Lima (SP), ambos vice-líderes do partido na Câmara, os dois primeiros anos do governo Dilma Rousseff revelam que a fama de boa gerente da petista não passa de propaganda enganosa. Moldada pelo marketing, a imagem da presidente que o PT tenta passar para a sociedade é a de uma gestora competente. No entanto, desde a posse, em janeiro de 2011, os fatos mostram exatamente o contrário. Diariamente vêm à tona exemplos de incompetência, de descaso e de corrupção que atingem as mais diversas áreas da administração pública federal.
Segundo os parlamentares, entre os aspectos que chamam a atenção está a dificuldade de Dilma para tirar os investimentos do papel. Na área de infraestrutura, programas e empreendimentos importantes para o país se arrastam. A “mãe do PAC”, como dizia o ex-presidente Lula, não consegue gerenciar com sucesso as obras públicas.
A execução do próprio Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é pífia. Levantamento da Assessoria Técnica do PSDB, com base em dados do Siafi, mostra que dos R$ 44,1 bilhões autorizados para 2012, apenas R$ 9,4 bilhões foram efetivamente executados até 30/11. O valor representa 21,3% da dotação autorizada para este ano.
Os dados de 2007, ano de lançamento da principal iniciativa petista na área de infraestrutura, revelam que o ritmo é lento desde o início do programa. Passados cinco anos, dos R$ 16,5 bilhões do orçamento para aquele ano, foram investidos R$ 12 bilhões.
A transposição do rio São Francisco é uma demonstração cabal de incompetência e de incapacidade gerencial. O empreendimento enfrenta uma série de falhas e desperdício de recursos públicos. O custo da maior obra do PAC saltou de R$ 4,6 bilhões para R$ 8,2 bilhões nos últimos cinco anos. Em março, a oposição visitou o trecho de obras na região de Mauriti (CE) e encontrou um cenário desolador. Os sucessivos problemas atrasam a cada dia a conclusão do empreendimento, que deveria ter sido entregue no fim de 2010.
O baixo crescimento econômico é outro problema apontado pelos parlamentares. As medidas pontuais adotadas por Dilma para estimular a economia, como a redução do IPI de automóveis, não foram suficientes para alavancar a economia. O Brasil amarga dois anos seguidos de PIBinho. Além disso, as desonerações provocaram efeitos colaterais, como a queda nos repasses aos municípios, prejudicando a população.
De acordo com Imbassahy, a realidade mostra um governo incompetente e ineficaz, que não avança em nenhum segmento importante da economia do país. Segundo ele, Dilma se revela a cada dia uma pessoa que não tem qualificação compatível com a imagem de grande gestora construída pela propaganda petista. “A imagem que foi apresentada da presidente não corresponde à realidade. O que se vê é o PAC indo muito mal, obras e investimentos não realizados, desperdício de dinheiro público, sequências de escândalos em todas as áreas da administração, um governo que não consegue realizar, resultados pífios no crescimento da economia. Tudo isso acaba por levar à conclusão de que a imagem construída da presidente não corresponde à realidade dos fatos.”
Para Vaz de Lima, Dilma foi eleita à base de marketing. Segundo o tucano, apesar da popularidade da presidente, a realidade demonstra exatamente o contrário da publicidade oficial. “Existe uma grande estrutura que utiliza todos os meios possíveis de mídia. A presidente continua surfando na onda da popularidade, mas os dados começam a mostrar que ela não fez nada para deixar o Brasil bem. O resultado do PIB demonstra claramente isso. As obras de infraestrutura não avançam. Que boa gestora é essa? O tempo há de dizer para o país que ela foi um produto de marketing”, afirmou.
O troca-troca e a demissão de ministros também está entre os fatos que marcaram 2011 e 2012, em especial na propalada “faxina” anunciada por Dilma. A maioria das mudanças foi motivada por suspeitas de corrupção e denúncias não esclarecidas. No entanto, a única punição para os exonerados foi a perda do cargo. O time dos ex-ministros é formado por: Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário), Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes), Carlos Lupi (Trabalho), Mário Negromonte (Cidades) Orlando Silva (Esporte), Pedro Novais (Turismo) e Wagner Rossi (Agricultura). Já Nelson Jobim (Defesa) deixou o cargo por divergências com o Planalto.
Houve ainda as trocas de ministros com viés claramente político-eleitoral. Ana de Hollanda foi demitida e substituída pela senadora Marta Suplicy no Ministério da Cultura. A troca explicitou o “toma lá, da cá” que impera no governo Dilma. Marta foi premiada por entrar na campanha de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo. Já Luiz Sérgio foi demitido da Pesca para dar lugar ao senador Marcelo Crivella (PRB), que admitiu não entender nada dos assuntos de sua pasta.
Também chamou a atenção neste biênio a conversão tardia do petismo às privatizações. Neste ano, por exemplo, o Planalto anunciou com pompa a concessão de aeroportos à iniciativa privada. Para os tucanos, o anúncio tardio custou caro ao país.
Do Portal do PSDB na Câmara