Campanha antecipada inaugura refinaria que só deverá funcionar em 2020
Acompanhados do senador José Sarney (PMDB AP), governadora Roseana Sarney, entre outras altas autoridades, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra Dilma Rousseff, promoveram hoje, no Maranhão, mais um farsa com fins eleitoreiros
Desta vez foi a inauguração da segunda ponte que liga a capital São Luiz ao continente. As obras da ponte, iniciadas ainda no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, foram concluídas em 2006. Desde então a ponte está aberta ao trânsito.
“O presidente e sua candidata passaram por cima da ponte e a deram por inaugurada. O que mais falta fazer para ganhar votos””, indaga o deputado Mendes Thame (SP). Para ele, o gesto faz parte do “desespero” para tornar a ministra Dilma Roussef uma candidata viável e fazê-la crescer nas pesquisas “a qualquer custo”.
A ponte “inaugurada” tem 454 metros de extensão e é conhecida entre os maranhenses como “a segunda ponte” sobre o estreito dos Mosquitos. Ela liga a parte antiga de São Luiz, que fica numa pequena ilha, ao resto do continente.
“Sob o pretexto de que essa ponte nunca foi inaugurada, o presidente aproveitou-se para fazer campanha política ao lado da sua pré-candidata. Trata-se de mais uma ação eleitoral antecipada e ainda por cima sobre uma obra já existente”, lamentou o senador Flexa Ribeiro (PA). O senador atribuiu a farsa às tentativas do PT de construir uma candidatura. “È é um vale tudo”, resumiu Flexa.
REFINARIA
O presidente Lula foi ao Estado para inaugurar a pedra fundamental da refinaria Premium I, em Bacabeira, a 60 km da capital, cuja produção estimada é de 600 mil barris/dia e deve ser iniciada apenas em 2020, segundo as melhores previsões da direção da Petrobras.
Para os parlamentares do PSDB, tanto a falsa inauguração da ponte quanto o lançamento da pedra fundamental da refinaria, são atos políticos que visam as eleições de outubro.
De acordo com o deputado Carlos Brandão (MA), o cronograma da refinaria já está atrasado. É que o protocolo de intenções, que deveria ter sido assinado em agosto de 2008 pelo governo do Maranhão e o governo federal, só foi firmado em maio do ano seguinte. “Além disso, há contestações judiciais a respeito da concessão da área onde ela será construída”, lembrou. Isso pode atrasar ainda mais as obras.
O prazo para o início da produção na refinaria, avaliada em R$ 20 bilhões, também é controverso, diz o deputado. Segundo ele, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, afirmou durante audiência pública na Câmara dos Deputados que a refinaria poderá levar até oito anos para produzir. “A se confirmar isso e com o atraso no cronograma, a refinaria lançada hoje pode vir a operar de fato daqui a dez anos, em 2020”, disse o parlamentar tucano.
Fonte: Agência Tucana


