Editorial
A eleição no Chile pode significar um presságio dos desdobramentos eleitorais no Brasil. A situação no Chile é muito semelhante ao nosso país e coloca em questão a transferência de votos. Tema bastante estudado, inclusive com pesquisas que demonstram que a alta aprovação do presidente Lula não garante a transferência de votos para sua sucessora, Dilma Rousseff.
A escolha popular do empresário Sebastián Piñera para suceder a presidente chilena Michelle Bachelet, derrotando seu candidato Eduardo Frei, encerrou o ciclo de 20 anos de poder de uma coalizão de centro-esquerda no Chile, demonstrando que a boa avaliação de um presidente é insuficiente para eleger o sucessor.
É fato que a presidente do Chile, Michelle Bachelet é muito popular e o presidente Lula também, ambos têm aproximadamente 80% de aprovação e popularidade, mas não se deve confundir a popularidade de um presidente com a necessidade de mudança de um país.
A Agência EFE de Notícias Internacionais divulgou um depoimento do presidente eleito do Chile citando a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para avaliar sua própria vitória no pleito realizado no último domingo, e insinuou que o Brasil pode seguir o caminho de seu país e mudar da esquerda para a oposição.
Chile e Brasil são dois cenários diferentes, mas que podem estar vivendo momentos semelhantes onde a necessidade de mudanças e ações mais efetivas e de profundas transformações superem a popularidade e a euforia superficial que demonstra alguns resultados, mas não atua verdadeiramente e diretamente nos principais problemas sociais, econômicos e culturais que afligem à população.
