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Desastre. O governo deitado em berço esplêndido

Com o título “ O desastre da indústria” o Estadão desse domingo publica um editorial que merece ser lido. Vou aqui resumi-lo para facilitar o leitor desse blog.

O principal fiasco econômico do ano passado do governo petista é o grande tombo da indústria cuja produção diminuiu em 2,7% em relação ao ano anterior, o pior resultado depois de 2009 quando o recuo foi de 7,4%. Mas a pior parte da notícia é a conclusão de que, indo aos detalhes, pode-se avaliar o quanto esses resultados podem limitar o crescimento do país em 2013 e nos anos seguintes.

O recuo de 2,7% foi o resultado médio de todo o setor industrial sendo que o setor manufatureiro – o mais importante de irradiação de tecnologia e de criação de empregos de qualidade – encolheu 2,8%. Ainda mais, a fabricação de bens de capital diminuiu 11,8%, enquanto de bens de consumo apenas 1%, porque o governo reduziu impostos sobre veículos e eletrodomésticos e, além disso, o emprego e o poder de compra das famílias permaneceram elevados.

A queda de produção do setor de bens de capital é um péssimo prenúncio para o investimento em máquinas e equipamentos para as instalações de produção de bens e serviços, e em infraestrutura como estradas, portos, sistemas de comunicação e centrais e redes de transmissão e distribuição de energia elétrica. São esses investimentos que definem o potencial de expansão da economia a médio e longo prazo.

No Brasil, o total de investimentos desse tipo continua abaixo de 20% do PIB, enquanto em outros países latino-americanos está perto de 30% e na Ásia perto de 40%, financiados por elevados níveis de poupança interna. Além disso, também em relação ao aplicado em educação e em saúde, o Brasil fica muito atrás da maior parte dos demais países, sem levar em conta que em nosso país os gastos com o ensino superior são, proporcionalmente, superiores aos do ensino básico e técnico/tecnológico e a sua qualidade deixa a desejar.

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