Incapaz, na comemoração de seus 10 anos de governo no país, de defender a sua honra e a sua medíocre administração, o PT se volta ao passado para, de forma torpe, acusar o governo do PSDB de todo arsenal de adjetivos de conotação negativa e de mistificações que a sua desonestidade intelectual é capaz de criar. Nenhuma autocrítica. Nenhuma avaliação sobre o quadro atual, com inflação crescente, crescimento medíocre, baixos investimentos, infraestrutura em petição de miséria, educação e saúde clamando por melhorias, e sobre dirigentes do partido e do governo condenados por corrupção. Nenhuma avaliação sobre o governo constituído das mais diversas alianças que veem o exercício de cargos públicos como urubus que são atraídos pela carniça.
É o PT raivoso e sectário, creditando aos governos anteriores as suas dificuldades, sem qualquer respeito ou referência às reformas que acolheram de bom grado pois foram a herança positiva que receberam para poder governar. Para ele a estabilização obtida com o Plano Real, a adoção da Lei de Responsabilidade Fiscal, o Programa de Reestruturação do setor bancário, as reformas feitas na Previdência, no setor de Telecomunicações, no setor energético, que permitiram que superadas as crises internacionais o país navegasse por mares mais tranquilos, não existiram na nossa história, ou foram, segundo suas palavras, “sem critérios e decência administrativa”.
Se arrogam ao direito de cobrar de nós, decência administrativa. Que coragem! Quanta hipocrisia!
Deveriam explicar porque só agora, depois de tantos anos, promovem a privatização ( covarde, envergonhada ), aliás de forma tão incompetente que dão dois passos à frente e um ( quando não dois ) para trás.
Refém de alianças espúrias, de ter dado poder, nesses 10 anos, a dirigentes sem condição moral e/ou técnica para cumprir suas obrigações, depois de ter superado suas concepções atrasadas e sectárias sem tê-las substituído por qualquer coisa, e de perder a perspectiva de construir uma sociedade conforme se propunha nos seus primórdios, o PT vai vendo o seu capital político se desfazendo, sem encontrar o seu novo ( ou velho ) caminho. Enquanto isso procura um bode expiatório, se não para culpar pelos seus erros, ao menos para desviar o foco da sua responsabilidade, indelegável, nesses últimos 10 anos.