O PSDB e o Instituto Teotônio Vilela (ITV) realizaram nesta terça-feira (19) em Brasília o encontro “Contabilidade criativa: a maquiagem das contas públicas e suas consequências”. Os economistas Mansueto Almeida e José Roberto Afonso expuseram as fórmulas que o governo federal tem utilizado para driblar a péssima realidade da economia do país e fechar contas positivas, como fez em 2012. O líder da Minoria na Câmara, Nilson Leitão (MT), e o deputado Marcus Pestana (MG) criticaram as manobras e destacaram a necessidade de alertar para o perigo delas.
“É uma sonegação das informações oficiais do governo sobre o dinheiro público, sobre o imposto pago por cada cidadão, desde o mais simples ao maior empresário”, destacou Leitão.
De acordo com os especialistas, os números oficiais da economia apresentados no final de 2012 não correspondem à realidade. Segundo eles, o governo do PT tem optado por usar recursos das mais diversas ordens para formar o superávit primário, camuflar a dívida pública e passar a imagem de que está tudo bem. Na verdade, as manobras contábeis podem gerar um caos econômico, já que essas têm feito com que o endividamento real do governo cresça às escondidas sem aumento nos investimentos públicos.
“Quando ocorre esse tipo de maquiagem significa que o governo sucumbiu ao marginalismo. É uma corrupção da informação”, apontou Leitão. “A oposição deve colocar isso publicamente, enfrentar e combater”, alertou, ao destacar que o Legislativo também precisa tapar as brechas que permitem ao Planalto realizar seus desmandos.
Para Marcus Pestana, há uma preocupação crescente com o médio e longo prazo porque os dados são assustadores, como os R$ 151 bilhões de restos a pagar acumulados até este ano e muitas vezes utilizados para camuflar outros números. “Toda essa improvisação põe muitas interrogações no horizonte e isso tem a ver com a vida do cidadão. A saúde financeira do setor público tem a ver com inflação, com desenvolvimento e com a perspectiva de crescimento do país”, destacou.
O parlamentar avalia que o caminho adotado pelos petistas, além de não gerar resultados positivos, é pautado em ações pouco transparentes entre os bancos públicos e estatais em operações fora do controle do Congresso Nacional, gerando grande endividamento. “Emprestam para quem não precisa e quem paga isso é a sociedade, por meio do Tesouro Nacional. É um assunto complicado, mas é importante que todos saibam que tem a ver com o dia a dia. São tenebrosas transações feitas fora do controle democrático comprometendo o horizonte do país”, resumiu Pestana.
