A compra da refinaria em Pasadena (Texas, EUA) pela Petrobras – negócio que resultou em investimentos superiores a US$ 1 bilhão – será investigada pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A decisão foi anunciada nesta quarta-feira (14) pelo ministro José Jorge. “Os fortes indícios de dano aos cofres públicos, de gestão temerária e de gestão antieconômica não foram mitigados”, declarou o ministro, segundo o jornal O Globo.
Para o deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB-MS), essa aquisição é algo nebuloso. “A Petrobras comprou uma refinaria sucateada e pagou preço superior ao valor de mercado, trazendo prejuízos sérios. Todas essas perdas são também do povo brasileiro. Por isso, precisamos das investigações e esclarecimentos possíveis”, disse. Azambuja acrescentou: o PSDB define a qualidade de gestão da Petrobras como uma prioridade para o país. Por isso, apurações como a de órgãos como o TCU têm apoio institucional da legenda.
Segundo o parlamentar, os prejuízos identificados na empresa corroboram os inúemros problemas, como superfaturamentos e atrasos, constatados também em outras obras do governo federal. “Infelizmente, o que ocorre com a companhia não é exceção. É só relembrarmos as obras do projeto de transposição do Rio São Francisco, que nunca são concluídas”, comparou.
Aquisição – A relação da Petrobras com a refinaria de Pasadena começou em 2006, quando a companhia adquiriu 50% do refinaria por US$ 360 milhões. Um ano antes, o mesmo percentual havia sido adquirido pela belga Astra por US$ 42,5 milhões. Posteriormente, Petrobras e Astra tiveram uma disputa judicial e, por conta do litígio, a brasileira viu-se obrigada a desembolsar mais US$ 820,5 milhões para adquirir os 50% restantes. Até hoje, a refinaria não produziu um barril sequer de petróleo para a companhia.
O Ministério Público Federal pediu esclarecimentos do negócio e parlamentares do PSDB cobraram a apuração dos procedimentos. O deputado federal Antonio Imbassahy (PSDB-BA) é um dos autores de requerimento que convida a presidente da companhia, Graça Foster, para discutir a operação. “Esse tema tem que ser examinado porque existem indícios claros de lavagem de dinheiro e evasão de divisas”, afirmou.


