
“Nós não podemos nos conformar com o que está ocorrendo no Brasil. Em vez de realizar uma reforma administrativa para enxugar a máquina pública, que gasta muito com a criação de ministérios e secretarias, com paralelismos e milhares de cargos comissionados, o governo gasta milhões de reais, aumentando despesas correntes e comprometendo a capacidade de investir do estado brasileiro”, disse o senador Alvaro Dias, em discurso no plenário nesta quarta-feira (27/03).
A votação, na Comissão de Constituição e Justiça, do projeto que autoriza a contratação de 2.622 servidores para diversos órgãos do governo, principalmente da área da saúde, motivou Alvaro Dias a cobrar, mais uma vez, uma reforma administrativa: “Nós aprovamos a criação dos cargos hoje na CCJ, porque essa é uma área essencial; nós entendemos que a saúde da população é a suprema lei. Mas precisamos de uma reforma administrativa de verdade, porque a reforma que o governo faz é a reforma às avessas, com um governo cada vez mais perdulário e incapaz de atender às demandas do País”, destacou.
O senador lembrou que Orçamento de 2013 prevê um acréscimo de R$5,1 bilhões na folha de pagamento do governo Federal, que pretende contratar mais 61.682 novos servidores para os três Poderes, sendo 49.347 para o Executivo: “A folha de pessoal chegará a R$225,9 bilhões neste ano de 2013, coincidentemente, o ano que antecede a eleição presidencial. Fica a impressão de que a presidente da República está se preparando para a disputa eleitoral e convocando cabos eleitorais privilegiados para esse embate que se travará no campo eleitoral de 2014”.
Manter essa estrutura gigantesca custa caro e, segundo Alvaro Dias, uma máquina inchada é consequência do modelo de cooptação política, que atrai partidos com favores e benesses do poder. “O governo vai engordando, e o povo vai pagando uma conta extremamente salgada. A carga tributária se eleva, esmaga o setor produtivo nacional, inibe o processo de crescimento econômico e o povo sofre as consequências, com serviços essenciais nas áreas de saúde, educação e segurança pública de péssima qualidade. Isso precisa mudar. Nós temos de destruir esse modelo, em nome de um futuro melhor para o povo brasileiro”, finalizou.
Ministério Público vai investigar viagem de Dilma a Roma
Ainda em plenário, o senador Alvaro Dias elogiou a decisão do Ministério Público de investigar a viagem da presidente Dilma e comitiva a Roma para acompanhar a entronização do Papa Francisco. O senador pediu celeridade na votação do requerimento dele, cobrando explicações do governo, e disse que a investigação é necessária: “O turismo nababesco, realizado com dinheiro público por agentes públicos, não pode ficar impune. Uma viagem inusitada de uma caravana que necessitou de 52 apartamentos em hotel de luxo em Roma, durante três dias, para um evento oficial de cinco horas. É necessário que se investigue! Isso não é uma brincadeira, não é um assunto pequeno, não é falta de assunto. Isso é uma afronta ao bom senso, é uma afronta, sobretudo, à pobreza no País e nós temos de apurar responsabilidades. Se, eventualmente, forem confirmados os exageros, é preciso exigir o ressarcimento aos cofres públicos”, disse.