Início Bancada Irregularidades constantes em obras do governo prejudicam população, avaliam tucanos

Irregularidades constantes em obras do governo prejudicam população, avaliam tucanos

Problemas como desperdício de dinheiro público, má gestão e suspeitas de irregularidades atingem vários empreendimentos do governo federal, desde obras grandiosas como as ferrovias Norte-Sul e Transnordestina, a transposição do rio São Francisco e a refinaria Abreu e Lima, até o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. Na avaliação dos deputados Nelson Marchezan Júnior (RS) e Vaz de Lima (SP), o Executivo não investe corretamente o dinheiro do contribuinte em obras essenciais para o desenvolvimento do país. Segundo os tucanos, a população é quem mais sofre com a ineficiência.

Para Marchezan, a gestão do PT é marcada por desvios de dinheiro público e de corrupção. “Infelizmente, nos últimos dez anos o PT deu exemplo de como usar muito mal os recursos públicos”, resumiu nesta segunda-feira (15).

O parlamentar destacou que a carga tributária no Brasil é muito elevada e não há contrapartida de serviços de qualidade. “O que se oferece de retorno à população em infraestrutura é efetivamente irrisório perto daquilo que o Brasil cobra em impostos”, ressaltou.

De acordo com Vaz de Lima, a administração federal investe muito mal. Na opinião dele, o governo preocupa-se apenas com o marketing. “Os governos administrados pelo PT estão muito mais preocupados em ter um número para apresentar nos programas eleitorais do que com a qualidade da obra. Por isso, temos um enxame de problemas apontados pelo Tribunal de Contas da União, pela Controladoria-Geral da União e pela imprensa”, apontou.

A execução do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), responsável por esses empreendimentos, é insuficiente. A construção da ferrovia Norte-Sul consumiu R$ 4,2 bilhões. Trata-se do principal projeto ferroviário do país e foi iniciado há 26 anos. No entanto, nenhum trem passou por ali. Para auditores do TCU, as obras “não configuram um produto pronto”.

Outra questão que afeta a população é a péssima qualidade das moradias entregues pelo Minha Casa, Minha Vida. As construções apresentam defeitos estruturais e algumas tiveram de ser demolidas antes da entrega – caso dos conjuntos erguidos em Niterói para abrigar famílias atingidas pela tragédia do Morro do Bumba, há três anos. O caso motivou mais de duas mil reclamações de moradores. Para piorar, o programa habitacional é alvo de suspeitas de fraudes de ex-servidores do Ministério das Cidades.

“Temos exemplos em todas as áreas e sempre quem acaba sofrendo mais é a população humilde. Quando os recursos não são desviados e chegam a construir alguma casa, essa construção é inapropriada, não oferece segurança, sempre tem algum problema de infraestrutura”, lamentou Marchezan.

Vaz de Lima disse que o governo divulga o número de casas do programa, mas omite os problemas nas construções. “No caso do Minha Casa, Minha Vida o que vale é o número. Quanto mais se faz, melhor. Mas a preocupação com a qualidade das obras fica muito distante. Se faz com qualquer tipo de empreiteira, de qualquer maneira e dá no que estamos vendo na imprensa”, declarou. “Infelizmente, o país, de problema em problema, vai gastando mais e fazendo menos. A população é ludibriada com o marketing feito constantemente”, completou.

Segundo a revista “Carta Capital”, o país poderia ter evitado a perda de R$ 10 bilhões nos últimos quatro anos se o governo petista tivesse se importado em corrigir falhas e irregularidades encontradas em obras federais. “Das 200 obras fiscalizadas em 2012 havia deficiências de projeto em 49%. Sobrepreços ou superfaturamentos ocorreram em 46%”, afirmou o presidente do TCU, Augusto Nardes, à publicação.

Marchezan criticou o desperdício de dinheiro público. “Uma parte o governo joga no lixo e a outra parte ele cuida muito bem e coloca em bolsos privados do próprio partido, de monopólios, de empresas vinculadas ao PT, daqueles empresários que menos precisam de auxílio do governo federal”, reprovou.

Artigo anteriorMarco Aurélio participa do lançamento do Atlas Ambiental de Itanhaém
Próximo artigoEstado lança plano para despoluir rios da Região Metropolitana